Tema: Desvalorização do SUS

A Constituição Federal de 1988 assegura que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Paralelo à isso uma grande criação da mesma foi o SUS (Sistema Único de Saúde), onde todo o corpo brasileiro o utiliza diariamente em diversos proveitos. Porém, nota-se que tal virtude, na realidade, é precária e com média eficácia, justamente pelo fato do Estado não conceder seu reconhecimento necessário. Assim, é pertinente afirmar que isso ocorre tanto pela falta de um melhor financiamento ao sistema quanto pelas circunstâncias inapropriadas de serviço dos profissionais.
Em primeiro plano, evidencia-se que a figura displicente do Estado em relação ao custeio do sistema de saúde contribui significativamente para sua desvalorização. Essa lógica é visualizada pela grande falta de investimentos em planos de melhoria para um dos únicos órgãos de saúde gratuito, universal e público do mundo. Percebe-se que os recursos fornecidos pelo SUS são de extrema importância para o país, pois é dele que cerca de 80% da população dependem integralmente, entretanto, os projetos governamentais não apresentam um panorama de avanço para uma saúde de qualidade. Isso é claramente representado na série nacional ‘’ Sob Pressão’’, onde dramas e dilemas são vividos por uma equipe de emergência exatamente causados por um sistema de saúde falho e limitante. Logo, é primordial a mudança desse quadro.
Outro fator a se considerar que acarreta a desvalorização do SUS são as condições impostas aos profissionais que a ele prestam serviços. É sabido que mesmo os servidores da área desempenhando seus papéis fundamentais, para o funcionamento pleno da organização, não possuem totais direitos trabalhistas garantidos. Salários atrasados e sobrecarga de trabalho são alguns dos problemas enfrentados por eles. Nesse sentido, há de fato uma visão incoerente do Estado sobre os benéficos que o sistema de saúde e seus profissionais trazem à população brasileira. Consequentemente, ocorrerá uma baixa procura de emprego na rede pública que afetará diretamente a saúde do país.
Infere-se, portanto, que medidas sejam tomadas para um maior reconhecimento da importância do SUS no Brasil. Nessa lógica, é preciso que o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde e das Secretarias Municipais, direcione um maior e integral financiamento à saúde, para que seja investido nas UBS (Unidade Básica de Saúde) de cada município, a fim de melhorias no atendimento e prestação de serviço. Ademais, com esse orçamento, deve favorecer os profissionais com maiores remunerações e balanceamento das cargas horárias, com o fito de valorizar o trabalho prestado de cada funcionário. Dessa maneira, o que é imposto pela Carta Magna poderá ser, de fato, exercido corretamente e assim o Sistema de Saúde receberá seu devido prestígio.