Tema: “Desafios da participação da mulher na política na sociedade brasileira”

De Paulo Freire a Simone de Beauvoir, as mulheres devem ter acesso igualitário à educação e à política para que possam superar a subordinação imposta pela sociedade patriarcal. Todavia, no Brasil, a participação delas na política, enfrenta muitos desafios. Porquanto, é necessário lutar contra entraves tais como a discriminação e machismo e também a dificuldade de conciliar a vida política e a vida familiar.

Diante desse cenário, o ódio ou desprezo pelas mulheres, pode afetar a participação da mulher na política de várias maneiras. Nesse viés, Nísia Trindade Lima, socióloga brasileira, discute a questão do gênero na política brasileira e como as mulheres enfrentam desafios na busca pela igualdade de gênero na política. A ideia de Nísia está presente na sociedade brasileira, na medida em que o ódio e a misoginia ataca o ser feminino pela aparência física ou por desafiar a masculinidade tóxica. Logo, o ódio ou desprezo pelas mulheres na política brasileira gera impacto negativo para a participação delas na lida política.

Ademais, a expectativa social de que o ser feminino cuide da casa e dos filhos confronta a exigência de dedicação e disponibilidade constante na vida política. Nessa lógica, Joan Tronto, socióloga americana, discute como as mulheres são encarregadas da responsabilidade na vida familiar, o que pode limitar sua participação na vida política. A ideia de Tronto não encontra resistência no Brasil, vez que a expectativa social de que elas cuidem da casa e dos filhos confronta a exigência de dedicação e disponibilidade constante na vida pública. Assim, enquanto dominar a ideia de que só as mulheres são responsáveis pelos aspectos emocionais da vida familiar, haverá limite da participação delas na vida política.

É necessário, portanto, que as escolas – responsáveis pela conscientização social – devem promover projetos pedagógicos, por meio de ações comunitárias de educação política para mulheres e de combate à violência política de gênero. Tais ações têm a finalidade de discutir a discriminação e o machismo, mas também a dificuldade de conciliar a vida política e com a vida familiar. Dessa forma, haverá, de fato, mecanismos para vencer os desafios da participação da mulher na política, como quer Paulo Freire.