Tema : “Democratização do Acesso ao Cinema no Brasil”

A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – prevê o direito à cultura e ao lazer como inerente a todo cidadão brasileiro. No entanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase quando se observa a questão da democratização do acesso ao cinema no Brasil. Nesse sentido, essa problemática comprova que a concentração de salas de cinema nos grandes centros urbanos é fruto de um viés elitista e segregacionista o qual as cidades brasileiras foram construídas. Logo, torna-se inquestionável a necessidade de medidas que inibam essa adversidade.
Diante dessa realidade, pôde-se destacar a negligência governamental como impulsionadora do problema. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das instituições zumbis, criada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que descreve que as instituições, embora presentes na sociedade, não cumprem com sua função social. Sob essa ótica, devido o baixo investimento do Estado nesse setor, é reforçada a concepção cultural de que a arte pertence e é direcionada aos mais favorecidos economicamente. Já que, moradores de periferia não possuem acesso à cultura, por não haver instalação de cinemas e teatros em sua região e pelos preços inacessíveis.
Somado a isso, a falta de incentivo ao governo pela população dificulta na execução da democratização do acesso ao cinema. Segundo o jornalista irlandês George Bernad Shaw “O progresso é impossível sem mudanças”. Analogamente, reivindicações da sociedade pela resolução desse impasse são necessárias para a realização de mudanças nessa área.
Portanto, medidas são necessárias para combater a ineficiência em democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Para tanto, é dever do Ministério da Educação e da Cultura promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, através de instalação de cinemas públicos nas áreas periféricas com preços mais acessíveis. Além de promover visibilidade dos centros culturais nas redes sociais e investir em reformas periódicas, a fim de assegurar a manutenção dos locais. Assim, o Brasil poderá, gradativamente, garantir que todos na sociedade tenham acesso à cultura e ao lazer, elencados na Constituição de 1988.