Tema: debates acerca da amamentação em locais públicos em questão no Brasil

“A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação”. A afirmação do dramaturgo irlandês Oscar Wilde pode facilmente ser atribuída ao desrespeito no debate acerca da amamentação em locais públicos em questão no Brasil, já que é justamente a falta de incômodo social diante dessa vicissitude que a consolida como um regresso para a nação brasileira. Nesse sentido, percebe-se a configuração de um problema pois este ato maternal é visto com preconceito por muitas pessoas. Assim, a causa disso está na herança histórica de objetificação da mulher e gera, consequentemente, a impossibilidade das mães e dos filhos de exercerem seus direitos.

Sob esse viés, é possível ver que a visão objetificada da mulher é fator relevante do impasse. No Brasil, desde a chegada dos portugueses, o sistema social patriarcal prevaleceu, em que os homens detinham o poder e as mulheres eram vistas como objeto sexual destes. Dessa forma, vê-se que existe uma herança histórica que faz com que os indivíduos vejam sensualidade onde não há, como na amamentação, que é natural e deve ser vista com carinho, sem julgamentos com conotação sexual. Logo, é importante deixar de lado legados do passado que ferem a integridade das lactantes e dos bebês.

Por consequência, as mães e os filhos não conseguem exercer suas liberdades. Segundo a filósofa Hannah Arendt, a essência dos direitos humanos é o “direito a ter direitos”. No entanto, no que se refere a amamentação em locais públicos, não basta ter o direito previsto em lei, é preciso que seja possível exercê-lo para que a cidadania seja respeitada, o que não acontece no Brasil, pois devido aos insultos que sofrem nesses lugares, essas cidadãs precisam abdicar de sua liberdade para poderem amamentar confortavelmente, o que é inaceitável.

Portanto, para minimizar esse preconceito medidas precisam ser tomadas. O Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Cidadania deve criar programas educacionais nas escolas por meio de aulas lúdicas com ensinamentos que promovam o debate acerca da problemática. Tudo isso, a fim de ensinar desde cedo as crianças e jovens sobre a questão para tentar dar fim a essa herança histórica negativa e instigar a insatisfação diante desse empecilho social.