Tema: Cidadania e participação social.
Na narrativa do livro Quarto de Despejo, de Maria Carolina de Jesus, a personagem principal aponta o descaso do governo com o bairro onde mora. Tal descaso trouxe ao imaginativo da personagem um paralelo figurativo entre um quarto onde são despejadas coisas inúteis e este bairro onde seres humanos eram relegados ao esquecimento por parte das instituições governamentais. A situação não é diferente quando nos debruçamos sobre a realidade social enfrentada por estudantes de escola pública que, a despeito de terem acesso ao processo de escolarização, não fomentam, devido ao descaso governamental com o ensino público, a noção de que podem ingressar em uma universidade e participar efetivamente da casta de estudantes universitários do Brasil.
Haja vista tais fatos, o artigo 205 da Constituição Federal do Brasil prevê que a educação é direito de todos e o meio pelo qual o indivíduo adquirirá a capacidade de exercer sua cidadania e, consequentemente, participar socialmente dos grupos/castas existentes na sociedade de forma coerente. Porém, a insuficiência de políticas públicas tanto financeiras quanto administrativas são reveladoras do estado em que se encontra a educação brasileira, isto é, não capacita o aluno a exercer sua cidadania, muito menos o capacita a ser inserido na sociedade. Tais percalços inviabilizam a boa formação do aluno do ensino médio brasileiro, elidindo, por conseguinte, sua volição de participar do ensino superior.
Ademais, as dificuldades supracitadas demonstram de que maneira os indivíduos com baixas capacidades econômicas são esquecidos. Tal qual a sociedade brasileira na época de Maria Carolina de Jesus, a classe social menos abastecida é deixada de lado, muitas das vezes desconhecendo seus próprios direitos e, sobretudo, sendo impedidos de participarem do grupo intelectual de discentes universitários brasileiros por consequência das insuficiências que lhes são imputadas por parte do ensino público no Brasil.
Tendo em vista tais problematizações, faz-se imperativo um posicionamento governamental mais ativo em relação ao ensino dos indivíduos que pleiteiam vaga em universidade via escolarização pública, impedindo que se sintam, assim, despejados pela sociedade.
Andressa.Heloísa
Para começar, achei sua redação excelente. Com introdução boa, bom argumento e uma boa proposta de intervenção. Foi claro e deu para entender a mensagem que você queria passar.. minha única observação é em relação à conclusão, que poderia ter sido mais detalhada.
obs: podem existir observações a serem feitas que eu não citei porque sou iniciante e não muito experiente no assunto.. que fique claro que expus minha opinião e me baseei no meu conhecimento pessoal.
1. Domínio da escrita formal em língua portuguesa: 200
2. Compreensão do tema e aplicação das áreas de conhecimento: 180
3. Capacidade de interpretação das informações e organização dos argumentos: 180
4. Domínio dos mecanismos linguísticos de argumentação: 200
5. Capacidade de conclusão com propostas coerentes que respeitem os direitos humanos: 180
total: 940 pts