TEMA: CAMINHOS PARA O COMBATE DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO NO BRASIL

Segundo Bagno, na obra ‘Preconceito Linguístico: o que é, como se faz’, o preconceito linguístico deriva da construção de um padrão imposto por uma elite econômica e intelectual que considera errôneo e reprovável tudo o que se diferencie desse modelo. Situação esta, comum na sociedade brasileira. O prejulgamento sobre a forma de falar de determinados grupos de pessoas é bastante perceptível no âmbito regional e socioeconômico.

Em primeiro lugar, é valido lembrar que o Brasil é extenso e abriga diversas culturas e etnias. Em regiões mais desenvolvidas, como o Sul e Sudeste é comum o preconceito na forma linguística, fato que pode ser observado em uma entrevista de emprego onde um cidadão com uma linguagem típica do interior será visto como alguém de baixa escolaridade, o que dificilmente o fará garantir a vaga de emprego. Ou seja, podemos notar um prejulgamento da sociedade em detrimento da forma cultural de diálogo de certos indivíduos.

Em segundo lugar, podemos perceber que as desigualdades sociais são fatores determinantes na forma de dialogar. Pessoas com menor nível social não tem tanto contato com a linguagem culta devido as condições de escolaridade em nível básico e superior quase inexistentes, o que os leva a falar de uma forma diferente do padrão imposto pela elite como correto. Evidentemente, cidadãos sem oportunidade de estudo corre o risco de serem colocados a margem da sociedade pela sua forma de expressão.

Sendo assim, o preconceito da língua em detrimento da sua forma regional e socioeconômica deve ser combatida. O governo, juntamente com o Ministério da Cultura deve fornecer campanhas, peças de teatro e musicais sobre as variedades culturais da língua portuguesa aos cidadãos, visando a percepção da sociedade de que os diferentes modos de falar fazem parte da cultura nacional. Juntamente a isto, seria de extrema valia que o Ministério da Educação crie oportunidades profissionalizantes acessíveis a todos, de modo que os cidadãos possam conquistar empregos de qualidade, independente de suas variedades linguísticas.