TEMA: ANALFABETISMO FUNCIONAL

A cada dez brasileiros, três são analfabetos funcionais. Para tal afirmação, os dados do INAF (Índice de Analfabetismo funcional) do ano de 2018 mostrou que cerca de 30% da população brasileira se encontrava na condição de analfabetismo funcional. Na mesma análise, o mais intrigante, foi que o percentual não era apenas composto por pessoas de baixa escolaridade, e sim, por indivíduos que cursavam o ensino médio e superior. Tal condição leva ao questionamento acerca da influência dos dispositivos eletrônicos como causa de tal cenário, o qual torna as pessoas passivas perante ao desenvolvimento de senso crítico e tomada de decisões importantes.

Em primeira instância, cabe analisar o impacto do uso de dispositivos eletrônicos nas decisões do indivíduo. Neste viés, o canal “Better Than Yesterday” em uma publicação no You Tube, mostrou que o uso constante de Smartphones está associado a uma alta liberação de dopamina no cérebro, o que ocasiona grande sensação de prazer e satisfação, deixando o usuário dependente de tal rotina. Dessa forma, a leitura e a vontade de estudar se tornam atividades quase impossíveis de serem realizadas, uma vez que as mesmas não atingirão o nível de prazer advindo do uso do eletrônicos para entretenimento e satisfação momentânea.

Por conseguinte, é importante destacar que o analfabetismo funcional ocasionado pelo modo vida constituído pelo uso desenfreado de eletrônicos, pode tornar as pessoas incapazes de desenvolver o senso crítico e de tomar decisões consistentes. Nessa leitura, o filósofo Zigmunt Bauman defende a perspectiva de que em uma atual modernidade líquida intrínseca da sociedade, onde tudo se mostra em constante mudança, o “ser” incapaz de agir com criticidade, acaba por desfalecer em meio as circunstâncias vivenciadas. Nesse contexto, o desenvolvimento intelectual é de suma importância para que haja o engajamento do cidadão no complexo sistema social da atualidade.

Portanto, é necessário que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para tanto, urge que o Ministério da Educação e Cultura (MEC), adote medidas pra estagnar os níveis de analfabetismo funcional existentes. Através de verbas governamentais, campanhas de publicidade devem ser veiculadas em redes sociais com o propósito de mostrar as possíveis causas do problema, como por exemplo, o uso desenfreado de dispositivos eletrônicos. Posteriormente o acesso às bibliotecas públicas deve ser facilitado, instigando a população a fazer uso das mesmas. Somente assim, os dados apresentados pelo INAF, mostrarão uma realidade onde os percentuais de analfabetismo tenderão a zero.