Tema: Adoção de crianças no Brasil

Em 2013, foi exibida na Televisão Brasileira a novela Chiquititas , que abordava o cotidiano de órfãos em um em um abrigo de boa convivência e estruturação. Em contrapartida, esse contexto romantizado diverge da realidade, em que há um enorme percentual de crianças à espera de adoção no Brasil. Desse modo, a burocracia no processo e a preferência proveniente dos adotantes são empecilhos para a diminuição desse contingente.

A priori, é preocupante a negligência ainda presente nos meios adotivos. Dentre os principais motivos desta, tem-se a demora na busca de perfis e seus respectivos resultados, além do não cumprimento de prazos processuais. Ademais, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) corrobora para a tal burocratização, mediante a divisão dos perfis em categorias como raça, cor, etnia. Dessa forma, a dificuldade em dispor crianças à adoção e atender os perfis exigidos contribuem para a morosidade do processo.

Outrossim, também prevalece o preconceito dos futuros pais em relação aos infantes suscetíveis à adoção. De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, há cerca de 9 mil crianças disponíveis diante de, aproximadamente, 43 mil adotantes . Essa divergência é decorrente, em grande parte, da escolha padronizada no processo de adoção, em que há preferência por crianças de pele branca, menores de 5 anos e do sexo feminino.

Portanto, é mister que o Governo, aliado ao Conselho Nacional de Justiça, promova melhorias no processo de adoção, por meio de multirões e ações comunitárias em praças e bairros com o intuito de oferecer maior fluidez no atendimento aos adotantes. Além disso, a mídia deve promover campanhas publicitárias em rádio, televisão e redes sociais com o fito de incentivar a adoção tardia e minimizar as preferências na escolha das crianças. Assim, torna-se possível transpor a visão idealizada da televisão aos âmbitos realistas.