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Tema: A supervalorização dos laços sanguíneos leva a sociedade a ignorar problemas familiares?

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Em “The Vampire Diaries” – série televisiva -, Klaus, personagem da narrativa, tranca seus próprios irmãos em caixões. No entanto, mesmo após esse acontecimento, Rebeka, irmã de Klaus, o perdoa, alegando que não se deve haver mágoas em uma família, a qual é caracterizada pelo amor entre os entes. Embora ficcional, a série retrata o cenário evidenciado na contemporaneidade: devido à supervalorização de laços sanguíneos, existe uma romantização de atitudes tóxicas – problemas. Isso se deve primordialmente à inocência da população, responsável por gerar consequências psíquicas nas pessoas.

Diante desse contexto, segundo o conceito de “Banalidade do Mal”, da pensadora Hannah Arendt, ocorre uma massificação social, em que a toxidade humana é comumente ignorada. Sob esse viés, percebe-se que o ideal da filósofa se perpetua no século XXI, já que os indivíduos se mostram tão inocentes a ponto de banalizarem o mal oriundo da família. Isso é comprovado por diversas situações, nas quais o perdão nem é gerado, como em “The Vampire Diaries”, porquanto o revés não é refletido: em muitos casos de assédio sexual entre pais e filhos, por exemplo, estes não percebem a existência de tal ato e negligenciam-no, futuramente, com a incredulidade desse acontecimento, em virtude da supervalorização familiar. Dessa forma, a inocência gera a banalidade discorrida por Hannah Arendt.

Por conseguinte, adventos relacionados à débil saúde mental, reflexo da ignorância de problemas familiares, tornam-se evidentes. Tal panorama acontece, porque, quando a incredulidade de fatos tóxicos é confrontada após algum tempo de negligência, a vítima passa por um choque de realidade, no qual se faz necessária a assimilação do ocorrido. Nesses casos, o indivíduo fica instável mentalmente e apto a doenças psíquicas, como a depressão – fator que se agravou durante a pandemia da COVID-19, uma vez que a convivência com os membros de mesmo laço sanguíneo se fez, na maioria das vezes, obrigatória. Acerca disso, pode-se mencionar que, de acordo com a OMS, o Brasil é o país mais depressivo da América Latina, bem como a nação onde há inúmeras constatações de assédio sexual entre pais e filhos.

Mediante o exposto, entende-se que o mal familiar é constantemente ignorado pela sociedade à medida que a supervalorização de laços sanguíneos está clara no quadro atual. Por isso, o Governo Federal deve disponibilizar, por meio de investimentos na área da saúde, sobretudo no que tange à psiquiatria e à psicologia, sessões mensais à população de terapia familiar. Tal intervenção tem a finalidade de reduzir a inocência a respeito da toxidade parental, que é banalizada, e, consequentemente, de evitar fatos de instabilidade mental. Assim, não só se terá famílias unidas, como Rebeka alega dever ser, mas também livres da romantização da maldade.

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4 Correções

  1. Oiie, tudo bem?
    Bom, vamos lá:

    INTRODUÇÃO: Ótima forma de iniciar a redação. Fugiu do comum e iniciou com um exemplo fantástico que retrata extremamente bem o tema proposto. Foi sucinta ao colocar o que será discutido posteriormente, além de fazer ligação não apenas com o exemplo da série televisiva, mas também com o contexto atual e real das pessoas. Ponto para melhorar: uso indevido e excessivo da vírgula em alguns locais.
    DESENVOLVIMENTO 1: Muito boa abordagem à escritora e filósofa feminina, arremeteu o passado (época da autora) com o que acontece no presente. Justificou o porquê do tema e fez novamente uma ligação oportuna com a série citada anteriormente.
    DESENVOLVIMENTO 2: Surpreendente forma de colocação da atualidade neste parágrafo! A ligação com o Covid-19 e com os casos de assédios sexuais domiciliares mostrou que possui domínio do que está dissertando. Usou dados e estatísticas do país (nos vestibulares normalmente é muito cobrado que fale-se sobre o Brasil) e colocou as causas e consequências do problema em questão.
    CONCLUSÃO: Ótima coesão e coerência no momento de resumir o que foi argumentado. E MUITO BOA forma de intervenção. Ao usar a palavra “deve”, afirmou que tem total segurança sobre o decorrido. No fim, fez novamente uma alusão à série citada na introdução.

    CORREÇÃO GERAL: Ótimo uso de Conectivos; excelente vocabulário; proposta de ação interventiva impecável; Dados e estatísticas bem formulados e verídicos; gramática formidável.

    NOTA MÉDIA GERAL ENEM (minha opinião): 920

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  2. Essa redação foi corrigida por um profissional, que deu a nota 960, devido ao seguinte fato:

    Em relação ao projeto de texto, alegou estar impecável, havendo sempre uma retomada do que foi dito.
    Os repertórios foram produtivos e relacionados com o tema, exemplificando a argumentação, sem deixar lacunas no desenvolvimento. Logo, as competências 2 e 3 recebem a nota máxima.

    Os elementos coesivos estão presentes com frequência ao longo do texto, dando uma continuidade (coerência) no que é dito. Além disso, não há repetições excessivas e próximas, uma vez que utilizei sinônimos. Dessa forma, garanti 200 na competência 4.

    A conclusão retoma todos os ideais já mencionados. Há, também, os 5 elementos na proposta de intervenção:
    Agente: Governo Federal, que, embora não apresentado antes, cumpre o o papel de solucionar a consequência à saúde, como dito no meu argumento 2.
    Ação: disponibilizar sessões mensais à população de terapia familiar.
    Meio/modo: por meio de investimentos na área da saúde.
    Finalidade: reduzir a inocência acerca da toxidade parental e evitar fatos de instabilidade mental. Resolve os problemas apresentados no desenvolvimento, o que evidencia um projeto de texto.
    Detalhamento: “sobretudo no que tange à psiquiatria e à psicologia” e “que é banalizada”.
    Dessa forma, a competência 5 recebe nota máxima.

    O meu erro foi na competência 1, em que, no final do primeiro parágrafo, fiz um período muito longo. Deveria ter separado alguma das orações com um ponto final e, apenas por este erro, recebi 160 na competência 1.

    De acordo com o manual de correção do Enem, são aceitados, aproximadamente, 2 ou 3 erros gramaticais. Em diversas redações 1000 há tal quantidade. Essa redação, tendo apenas um erro, pode receber 1000, mas estou satisfeito com a nota do meu corretor, que me exige sempre a busca da perfeição no texto. O 1000 é, também, político, então, não dá para dizer que um texto receberá tal nota, se há algum mínimo erro, porque depende da boa vontade de dois corretores, mesmo que a redação mereça 1000.

    Diante disso, essa redação é 960!

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  3. Oie, tudo bem?
    Então, vamos lá.

    INTRODUÇÃO: Relação com a série de certa forma atual – não tanto, porém é bastante falada – faz parecer que seu repertório seja cheio de informações. O problema retratado na série em que você trouxe uma relação com a realidade fez jus a como foi escrito. Cuidado no colocar bastante informação da série e deixar sua tese curta, alguns corretores podem não gostar e entender como “encher linguiça”.

    DESENVOLVIMENO 1: Você retorna a romantização citada na introdução de uma forma leve, trazendo o pensamento da Hannah Arendt bem esclarecido. Lembre-se, cuidado com frases grandes, ou seja, se der para dividir, sempre escolha dividir. Assim não parece que fica um texto enorme para ler. Notei isso no final do primeiro paragrafo com muitas vírgulas.

    DESENVOLVIMENTO 2: A contribuição do segundo desenvolvimento se fez de extrema importância. A sua colocação da atualidade faz mostrar que o autor da redação pareça ter bastante informação, como a introdução, e mostrou conhecimento geopolítico, o que aumenta seu texto de uma forma muito boa.
    Coloque sempre mais um filósofo, sociólogo, pensador.
    Novamente, cuidado com frases longas.

    CONCLUSÃO: Sua conclusão está ótima, apresenta uma intervenção que é, de certa forma, cabível. Creio que você possa melhorar a estrutura do texto na conclusão. Caso fosse uma correção no ENEM você não ganharia 200 devido a falta dos 5 componentes.
    Agente – Governo Federal
    Ação –
    Por meio de – Investimentos na área da saúde
    Afim de – Reduzir a inocência.

    Lembre-se, a ação é falando qual o papel do agente.

    Somando tudo:
    Competencia 1 – 200
    Competencia 2 – 200
    Competencia 3 – 180
    Competencia 4 – 180
    Competencia 5 – 160
    Total: 920 pontos.

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  4. Simplesmente genial . Sua introdução utiliza uma série para usar como exemplo de um problema ficctício que relaciona com o problema real da romantização tóxica o qual infelizmente ocorre.

    Seu primeiro desenvolvimento aborda uma outra vertente com o uso da pensadora Hannah com a intenção de voltar a falar da romantização tóxica partindo de outro segmento e além disso utiliza a série já citada como exemplo concreto dessa nova perspectiva da “Banalidade do Mal”.

    O segundo desenvolvimento usa o recurso da explicação do que leva também a ignorar esses problemas familiares com a dificuldade de assimilar o ocorrido e também das adversidades mentais. Posteriormente retrata a pandemia do Covid 19 para falar da intensificação do abuso sexual com o aumento da convivência e problemas mentais.

    A conclusão foi uma retomada de tudo que foi apresentado com a implementação de uma boa proposta de intervenção. O único defeito, se é um , foi o uso do Governo Federal como agente de intervenção, pois em nenhum momento foi citado pelo que me lembro, logo causou uma estranheza, mas isso não prejudica sua redação

    Nota: 980, se não 1000 , muito original.

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