Tema: A problemática do descarte inadequado de Resíduos Sólidos no Brasil

O filósofo e escritor brasileiro,Leonardo Boff, aponta a necessidade de uma justiça social que combine com a justiça ecológica. Alcançar esse equilíbrio parece distante na sociedade brasileira, uma vez que, segundo relatório da Abelpre -Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Sólidos-existem 3 mil lixões no país, situados em 1.600 municípios. Isso traz à luz questionamentos acerca da eficiência da justiça ambiental e de como o país poderia enfrentar a problemática do descarte inadequado de lixo.

A priori, o consumo exacerbado dos brasileiros é tido como o alicerce do desequilíbrio. Esse, tornou-se maior após a tardia industrialização brasileira, em meados de 1930. É certo que, em 1970 surge no mundo discussões sobre ecologia. Entretanto, enquanto nações como Inglaterra e Estados Unidos discutiam questões de ética ambiental, os governos brasileiros buscavam ainda alcançar um nível satisfatório de industrialização. Assim, é nítido que um dos maiores entraves do avanço brasileiro em ações ambientais eficazes deve-se ao passado de colonizado.

Em contrapartida, é indispensável ressaltar que a legislação ambiental brasileira é, nos dias atuais, uma das mais bem formuladas, com leis como a 12.305/10 que estabelece diretrizes para diminuir os resíduos sólidos no país. Todavia, essa lei se torna insuficiente em um país que negocia com industrias a regulamentação de práticas ofensivas ao meio ambiente, precipuamente no que tange ao descarte inadequado dos resíduos, desde que essas contribuam para que algum projeto social em evidência seja realizado. Tal fato ocorre com frequência em áreas de vulnerabilidade socioeconômica, como comunidades periféricas e cidades interioranas que não arrecadam impostos o suficiente para implantarem aterros sanitários; o que evidencia certo racismo ambiental. Nesse espectro, o desrespeito às leis, e a falta de fiscalização, impedem a diminuição desta problemática.

Logo, é certo que é  preciso superar a existência de locais inadequados ao descarte de resíduos sólidos, como os lixões. Dessa maneira, os órgãos de fiscalização estaduais e municipais devem atuar com maior frequência; investigando situações que violem as leis. Ademais, faz-se necessário que o Ministério de Meio Ambiente amplie os recursos ofertados aos municípios para que estes tenham condições de tratar a destinação do lixo de forma adequada, desde a criação de um destino minimamente condizente com a lei, até possíveis capacitações de funcionários e inserção, em parceria com o Ministério da Educação, de cursos de tratamento do lixo para moradores de comunidades vulneráveis.

 

Corrijam dando notas, por favor.