Tema: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira.”

Na telenovela de sucesso “O Outro Lado do Paraíso”, produzida pela Rede Globo, narra o núcleo de um conflito de violência contra a mulher que envolve a personagem Laura. Sob esse viés, na trama, a garota, além de lidar em silêncio com as consequências psicológicas dos episódios de quando ainda era criança, sofre abusos do padrasto Vinícius, que era delegado. Nesse sentido, a narrativa se relaciona com a sociedade brasileira atual, já que a persistência da violência contra a mulher é um problema que reduz a cidadania no país. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram com esse grave cenário: o machismo estrutural presente na sociedade, como também a falta de ações por parte do Governo.

Diante desse cenário, a atitude de prepotência do homem em relação à mulher tem se tornado um ato violento e persistente, o que se faz preocupante. Nesse contexto, a produção ficcional “Continência ao Amor”, exibe o melodrama de violência de Cassie Salazar – uma garçonete que luta para ser reconhecida por meio de sua vocação musical -. No Pubby onde trabalha, ela é rotineiramente assediada pelos fuzileiros navais, sob a desculpa de “estarem no seu direito de assediá-la e violá-la por servirem aos EUA no Iraque”. Dessa maneira, essa realidade se relaciona com o Brasil, na medida em que mostra a prática de ações machistas de muitos homens que por pensarem que são superiores às mulheres, muitas vezes, leva-as à violência física, caso não se submetam a eles. Assim, o exagerado senso de virilidade agressiva, por parte desses indivíduos, tem sido relativamente responsável pelo agravamento desse problema.

Ademais, a ausência de compromisso do Governo para a proteção das vítimas desse cenário é um fator que alimenta  a persistência da violência contra as mulheres. Nesse contexto, a Lei Maria da Penha define que o atentado contra a figura feminina é crime e aponta as formas de enfrentar e punir o ato de agressão. Além disso, indica a responsabilidade que cada órgão público tem para ajudar a mulher que está sofrendo a violência. Entretanto, ocorre que, no Brasil, essas vítimas estão distantes que vivenciar o benefício previsto pela lei de proteção à mulher, sobretudo pela inércia dos órgãos de segurança pública que pouco executam a função de assistência a essa minoria afetada. Logo, a mulher, vítima de agressão, deve ser acolhida por meio de políticas de  humanização de acolhimento, conforme dispõe a Lei Maria da Penha.

Portanto, o Estado – responsável por zelar e tomar decisões em nome da coletividade – deve criar redes de atendimento para oferecer ajuda física e psicológica às mulheres vítimas de violência, por meio de projetos, com profissionais qualificados para oferecer ajuda emocional no atendimento das mulheres mártires de ato covarde e cruel. Essa iniciativa terá a finalidade de romper com a inércia do Estado e de inibir o machismo estrutural presente na sociedade, com proteção prevista pela Lei Maria da Penha. Assim, a persistência da violência contra a mulher deixará de ser um fato, de modo que o Brasil possa ser, em breve, uma sociedade livre de agressões contra essa parcela feminina.