Tema: A importância do debate sobre violência obstétrica no Brasil

A Constituição Federal de 1988, assegura a todo cidadão o pleno acesso à saúde. No entanto, tal conjuntura fica restrita à lei, pois a falta de debate atrelado a ausência de empatia dos profissionais de saúde sustenta um grave problema social: a carência da discussão sobre a violência obstétrica. Nesse sentido, convém analisar as principais causas e possível medida para mitigar essa problemática.

Em primeiro plano, é importante ressaltar a falta de discussão sobre a violência obstétrica no país. Segundo dados do jornal BBC Brasil, uma em cada 4 mulheres já sofreu com ameaça física ou psicológica durante o parto. Diante disso, muitas das pacientes não são capazes de reconhecer que foram vítimas, pela carência de conhecimento acerca da problemática que é pouco discutida e disseminada em nossa sociedade, corroborando assim, para o aumento da impunidade e negligência médica.

Outrossim, a ausência de empatia dos profissionais empecilha o pragmatismo acerca da resolução da problemática. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a lógica hipercapitalista subverteu o sentimento empático, o que causou menos afeto nas relações. Por conseguinte, à falta de humanização nos hospitais e a rotina pesada dos profissionais de saúde colabora para não priorização da individualidade de cada paciente, com isso, torna-se comum a persistência de condutas médica excessiva.

Portanto, visando amenizar os entraves à resolução da problemática algumas medidas são necessárias. Nesse âmbito, cabe ao governo federal em parceria com o Ministério da Saúde, a ampliação do atendimento humanizado, por meio da implantação de cursos obrigatórios para qualificação de médicos e enfermeiros para o melhor atendimento aos pacientes, além disso, é necessário a instalação de centros para o acolhimento as vítimas e o combate à violência obstétrica.  Espera-se, com isso, alcançar o ideário de Zygmunt Bauman, no qual a sociedade passe a desenvolver empatia pelo próximo.