Tema: A falta de empatia nas relações sociais no Brasil

O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico que surgiu nas últimas décadas do século XVIII na Europa, sendo caracterizado pelo sentimentalismo e supervalorização das emoções e relações pessoais. Contudo, percebe-se que na atual realidade, é dada pouca importância aos laços sociais, de forma que há cada vez menos empatia entre os indivíduos e isso é um problema pois ocorre a substituição do coletivo e da solidariedade pelo individualismo. Tornando assim, as relações afetivas superficiais e momentâneas.  Logo convém analisar os fatores que favorecem esse quadro.

É relevante abordar, em primeira análise, que a ausência de empatia no mundo contemporâneo se deve, sobretudo, a falta de discussão sobre o assunto, de modo que, se a temática não é trabalhada no lar, tampouco no ambiente escolar, por consequência, o indivíduo não desenvolve a habilidade de se colocar no lugar do próximo. E isso, juntamente com a demanda e exigência cultural de busca pelo sucesso – evidenciada pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han em seu livro “Sociedade do cansaço”, onde as pessoas, esgotadas, viram as costas uns para os outros em busca de alto desempenho e destaque individual – corrobora para uma sociedade intolerante, que tem a apatia como característica principal.

Paralelo a isso, vale ressaltar que a tecnologia tem papel importante nessa mudança de comportamento, já que, através das redes sociais, se torna mais fácil conhecer novas pessoas, fazer amigos e comunicar-se. Não obstante, da mesma forma que é fácil se conectar, também o é para desconectar-se, logo as relações são marcadas pela fluidez, com pessoas sendo descartadas como meros objetos. Em essência, pode-se dizer que a realidade atual é o ecemplo perfeito de modernidade líquida, termo desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que diz respeito à esta época, onde as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis e maleáveis,  marcadas pela efemeridade e insegurança por parte dos indivíduos.

Dessa forma, pode-se perceber que o debate a cerca da falta de empatia nas relações sociais é imprescindível para a construção de uma sociedade mais solidária. Nessa lógica, é imperativo que as instituições de ensino incluam essa temática em sua grade curricular, promovendo discussões sobre empatia. Além de incentivo ao trabalho voluntário, com a finalidade de enfatizar a importância da compreensão das emoções, da ideia de coletivo e sensibilizar. Soma-se a isso palestras e campanhas em locais públicos, realizada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a fim de estimular a empatia e o respeito nas relações sociais. Feito isso, espera-se que a sociedase brasileira se torne mais sólida e que se distancie daquela entendida por Bauman.