Tema: A desvalorização do pensamento científico no Brasil

O pensar de forma científica é um entrave para a sociedade desde que a ciência se entende por ciência, exemplo disso há o impasse de Galilei Galilei e o embate entre Geocentrismo e Heliocentrismo. Contudo, contemporaneamente, o pensar científico é desvalorizado não mais por heresia, mas pela falta incentivo desse aos discentes desde o nível escolar inicial, seja por falta de adequação teórica ou estruturação tecnológica imposta pela sociedade.

Ao analisar a estrutura da construção de um pensamento científico temos que deter em nossa consciência a estrutura da metodologia científica, a qual é pautada na observação de um determinado evento e questionar o que o levou a ocorrer (hipóteses), posteriormente aplicar experimentos para comprovar, positivamente ou negativamente, as hipóteses geradas, e após chegar a uma comprovação das hipóteses pode-se assim considerar o evento como um conhecimento científico. Portanto, a estruturação de um saber científico pode ser adequada aos primeiros níveis escolares, através de exemplos do cotidiano, como o acender de uma lâmpada. Contudo, mesmo que esse processo de aprendizagem ocorra inconscientemente na formação do indivíduo, esse só detém a noção do mesmo a partir do ensino médio, na realidade brasileira, auxiliando assim para o processo de desvalorização do pensamento científico.

Outrossim, o século XXI é marcado pelo avanço tecnológico e pela maçante exposição dos indivíduos a informações desde o nascimento. Sendo assim, de forma empática, nos colocando na posição de um jovem, é complexo entender como podemos fazer ciência, como também, a velocidade de transmissão de informações constrói um indivíduo apenas absorvedor de conhecimento e não investe no desenvolvimento de questionadores do saber. Logo, ao observar tal estrutura social um sociólogo chamado Zigmund Baumam, constrói seu pensamento na hipótese da fragilidade das relações sociais na contemporaneidade, chamada por ele de Sociedade Líquida, a falta de um alicerce e a grande volatilidade de nossa era leva a superficialidade das nossas relações, e de forma análogo ao pensamento científico esse menos consistente e assim desvalorizado.

Portanto, a construção para a valorização do pensamento científico deve ser contínua e a longo prazo, sendo que é imprescindível a capacitação dos docentes para exercitarem a estimulação a um pensamento cientifico “consciente”, através de atividades lúdicas, gincanas ou outro método de grupo, que além de exercitar a socialidade do discente, vai mostrar-lhe que o mundo é mais simples que ele pensa, e toda essa estratégia só será contemplada quando as instituições de ensino superior reestruturarem seus currículos para uma formação mais lúdica e assim fazer a sociedade progredir aos poucos para a valorização da ciência.