Tecnologia na educação: democratização efetiva ou ilusória?

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Os filósofos contratualistas defendiam o surgimento de um Estado cuja função seria, através de um conjunto de leis, garantir a ordem social. Por essa perspectiva, no Brasil contemporâneo vive-se sob a proteção de uma Constituição Federal, a qual assegura direitos fundamentais a todos os cidadãos. Entretanto, o cenário atual retrata certo descaso com tal carta, uma vez que há contradição em relação à democratização no aspecto da tecnologia na educação em decorrência da negligência estatal no que tange má aplicabilidade das leis e da omissão da sociedade no que diz respeito ao seu papel coletivo.

Em primeiro plano, compreende-se a irresponsabilidade do Estado em relação à educação pública, quando analisado que apenas as escolas particulares possuem acesso à tecnologia de qualidade. Diante disso, fere-se diretamente a um princípio constitucional, o qual assegura o direito à igualdade e informação para a população. Tal situação causa a alienação e o atraso dos estudantes das instituições de ensino gratuito em relação ao acesso às informações recebidas pelos alunos de escolas particulares. Por conseguinte, eles são prejudicados na ingressão de uma faculdade pública, sendo que essa disputa favorece quem possui maior acesso ao conhecimento necessário para a realização dos vestibulares.

Em segundo plano, analogicamente à “Alegoria da Caverna” de Platão, grande parte da sociedade é prisioneira da caverna, uma vez que muitos indivíduos não exercem seu senso crítico e não procuram saber sobre seus diretos. Por essa via de pensamento, ao tomar conhecimento de que a tecnologia qualificada chega apenas nas escolas particulares, apenas 22% do total de instituições, segundo o INEP, a sociedade falha com seu papel de refletir e exigir de seus governantes um maior comprometimento com a Lei Máxima. Desse modo, apenas a elite possui acesso ao ensino tecnológico de qualidade.

Portanto, cabe ao Estado, como máximo interventor das questões sociais, garantir o cumprimento das leis, através de projetos de inclusão da aplicação prática do conhecimento científico que visem a introdução de informações na vida dos jovens de baixa renda, com a finalidade de possuir uma democratização efetiva nesse meio. Ademais, é fundamental que a sociedade, no papel de principal responsável pelo seu futuro, exija de seus representantes políticos tanto a disponibilidade desses recursos, quanto cursos preparatórios eficazes para que os educadores desfrutem corretamente dessa ferramenta, com o objetivo dos alunos da rede pública possuírem os mesmos benefícios educacionais dos demais educandos. Por fim, os ideais contratualistas poderiam ser alcançados nesse âmbito.

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2 Correções

  1. 1- A introdução é para fazer uma breve alusão e contextualização do tema. Além de elaborar a sua tese. Não há necessidade de justificativa ou argumentação. E apenas uma citação em cada paragrafo já é o suficiente.
    2- No desenvolvimento 1, o ideal é iniciar o paragrafo com foco no assunto que vai abordar ali. Pode afirmar que é a insuficiência de investimentos governamentais (tanto estrutural quanto funcional) e ai sim citar a constituição. Desse modo, logo em seguida você iria colocar as causas e consequências dessa ineficiência estatal. O parágrafo precisa ter início, meio e fim.
    3- No segundo desenvolvimento você não argumentou. Colocou 2 citações novamente. A citação e os dados servem para você comprovar o que vai argumentar. É um texto dissertativo-argumentativo e não um texto dissertativo-expositivo. Lembre-se disso.
    4- Na conclusão: a sociedade sozinha não pode ser um agente. Você pode citar o ministério da educação como agente para criar palestras ou incluir matérias sobre direitos básicos dos cidadãos como forma de conscientização, por exemplo.
    5- Pontuação: Na introdução não há virgula antes de “a qual”; o correto seria “no que tange à má aplicabilidade das leis e à omissão…”.
    No desenvolvimento 1 não há vírgula depois de educação pública; Depois de constitucional não possui vírgula; o correto é “… prejudicados no acesso à universidades públicas…”.
    No parágrafo de conclusão não há virgula entre “tanto… quanto…”.

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  2. 200 – Competência 1: Domínio da norma culta da língua escrita
    200 – Competência 2: Compreender a proposta e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema
    200 – Competência 3: Selecionar e organizar informações e argumentos em defesa de um ponto de vista
    200 – Competência 4: Domínio de mecanismos linguísticos para a construção da argumentação
    120 – Competência 5: Proposta de intervenção
    TOTAL: 920

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