Segurança Pública no Brasil: como vencer o desafio?

O filme ‘Cidade de Deus’ acompanha Buscapé, um jovem negro e pobre que narra a história da comunidade segundo a sua perspectiva. Ao passo que o protagonista fugia da violência, o bandido Zé Pequeno adquiria todas as ‘bocas’ de tráfico da região. Paralelamente, pode-se associar a trama ao contexto hodierno, visto que a deficiência na segurança pública tem crescido exponencialmente no Brasil. Nesse viés, convém avaliar tal quadro, agravado não só pelo narcotráfico, como também pelos baixos investimentos em educação.

A priori, é fato que o tráfico de drogas está atrelado a criminalidade no Brasil. Consoante dados do portal G1, cerca de 80% das mortes violentas registradas no Norte e Nordeste são atribuídas às facções criminosas. Ademais, o vício em entorpecentes é, por si só, uma ameaça à segurança pública, uma vez que os dependentes químicos passam a viver em função da droga, vendendo seus pertences e, posteriormente, praticando assaltos com a finalidade de obter dinheiro para financiar o narcotráfico. Destarte, essa conjuntura representa um panorama preocupante.

A posteriori, é válido ressaltar que a negligência do Governo em não destinar devidamente verbas à educação constitui um importante fator para a perpetuação da problemática. De acordo com o site ‘Nova escola’,  o total investido por União, estados e municípios brasileiros não ultrapassa 250 reais mensais por aluno, valor que corresponde a um quarto do que gastam os países desenvolvidos, nos quais a população carcerária é, por conseguinte, substancialmente menor que no Brasil. Em consonância com tal estatística, pode-se citar o filósofo Pitágoras, o qual afirmou que o ideal é que se eduquem as crianças para que não seja preciso punir os homens.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Urge que o Ministério de Educação e Cultura (MEC), por meio de verbas governamentais, promova a criação do projeto ‘Comunidade Educadora’, o qual deve incentivar a educação de crianças e adolescentes em áreas periféricas e vulneráveis, trazendo histórias de pessoas que superaram a violência através do ensino, com a finalidade de conter a crise da segurança pública vigente. Desse modo, os brasileiros terão uma melhor qualidade de vida, posto que tomarão como exemplo jovens como Buscapé, e não como Zé Pequeno.