Saúde e medicina preventiva no Brasil. OBS: (sim, é um texto grande).

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   Na obra “O Preconceito”, o geógrafo Milton Santos defende o conceito de “cidadanias mutiladas”, no qual a democracia – extremamente necessária para a fundamentação cultural do indivíduo – é exclusivamente efetiva quando atinge a totalidade do corpo social, possuindo direitos universais e desfrutados por todos os cidadãos. De maneira análoga, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao plano teórico. Isso é evidenciado no âmbito da saúde, tendo em vista que embora os brasileiros possuam acesso à medicina preventiva como direito constitucional, a ineficiência do Estado, associada a preceitos culturalmente estabelecidos, faz com que a cidadania não seja efetivada integralmente. 

   Diante desse cenário, é válido destacar que a displicência estatal colabora com esse panorama negativo. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser articulada pelos indivíduos visando alcançar o equilíbrio social. Todavia, o Estado ao não cumprir sua função de garantir que os cidadãos gozem de tais direitos – (como o direito à saúde, envolvendo, primordialmente, a redução do risco de doença e de outros agravos para sua promoção, proteção e recuperação), garantido pela Constituição Federal do Brasil, promulgada no ano de 1988- expõem os cidadãos ao consequente desequilíbrio estrutural, rompendo com a utópica harmonia. Assim, é lícito afirmar que o Poder Executivo, ao não cumprir seu papel da administração e execução legislativa, contribui para a perpetuação desse cenário, sendo imperioso a mudança desse quadro.       

   Outrossim, faz-se imperioso, ainda, ressaltar que a sociedade, moldada por padrões obsoletos, tende a conferir maior importância à medicina curativa e postergar a prevenção. Nesse sentido, de acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, a Teoria do Habitus é toda ideia compartilhada e desenvolvida no espaço social. Sendo assim, ao disseminar a mínima importância à medicina preventiva, é ampliado o impacto das enfermidades na saúde dos indivíduos e a má qualidade de vida de pacientes em tratamento. Isso se deve, principalmente, à falta de consciência da massa coletiva, ao menosprezar o conceito de saúde conferido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como sendo um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades. Assim, a expectativa de vida dos brasileiros inclina-se à diminuição e a ampliação dos impactos na vida dos indivíduos. 

   É evidente, portanto, que a dificuldade da medicina preventiva no Brasil é agravada por causas corporativas e habituais. Logo, é necessário que Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, invistam em atenção básica por meio de ampliação dos serviços preventivos em todo o território nacional, por meio da criação de atuantes, no Sistema Único de Saúde (SUS) especializados em diagnósticos e tratamentos prévios, objetivando a ampliação de menores impactos na saúde do brasileiro. Além disso, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população sobre as mazelas atribuídas à exclusividade da medicina curativa por meio da realização de narrativas ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a fim de contribuir o desenvolvimento do senso crítico da sociedade. Dessa maneira, o cenário poderá se abster à realidade das Cidadanias Mutiladas.

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4 Correções

  1. Critérios Enem

    Domínio da norma padrão da língua portuguesa. …
    Bom.

    Compreensão da proposta de redação. …
    Bom.

    Seleção e organização das informações. …
    Bom. Usou bastante repertório para defender as teses.

    Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto. …
    Bom.

    Elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os direitos humanos…
    Bom. É cilada achar que toda medida estatal respeitará os direitos humanos, como bem colocado desde o início do texto.

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  2. Na obra “O Preconceito”, o geógrafo Milton Santos defende o conceito de “cidadanias mutiladas”, no qual a democracia – extremamente necessária para a fundamentação cultural do indivíduo – é exclusivamente efetiva quando atinge a totalidade do corpo social, possuindo direitos universais e desfrutados por todos os cidadãos. De maneira análoga, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao plano teórico. Isso é evidenciado no âmbito da saúde, tendo em vista que (1)embora os brasileiros possuam acesso à medicina preventiva como direito constitucional, a ineficiência do Estado, associada a preceitos culturalmente estabelecidos, faz com que a cidadania não seja efetivada integralmente.

    1- vírgula. Ótima introdução.

    Diante desse cenário, é válido destacar que a displicência estatal colabora com esse panorama negativo. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser articulada pelos indivíduos visando alcançar o equilíbrio social. *Todavia, o Estado(1) ao não cumprir sua função de garantir que os cidadãos gozem de tais direitos – (como o direito à saúde, envolvendo, primordialmente, a redução do risco de doença e de outros agravos para sua promoção, proteção e recuperação), garantido pela Constituição Federal(2) do Brasil, promulgada no ano de 1988- expõem(3) os cidadãos ao consequente desequilíbrio estrutural, rompendo com a utópica harmonia*. Assim, é lícito afirmar que o Poder Executivo, ao não cumprir seu papel da administração e execução legislativa, contribui para a perpetuação desse cenário, sendo imperioso a mudança desse quadro.

    1- Usa-se vírgula, do mesmo modo que vc usou nessa frase: “Assim, é lícito afirmar que o Poder Executivo, ao não cumprir seu papel da administração e execução legislativa,….”

    2- Constituição federal*. O adjetivo “federal” só tem inicial maiúscula quando faz parte de nome próprio: Senado Federal. Não integra, por exemplo, o nome da Constituição. Fonte:
    Maiúscula — Manual de Comunicação – Senado Federalhttps://www12.senado.leg.br

    3- O Estado……EXPÕE.

    *período extremamente longo e cansativo, coloque um ponto final e continue a escrever. O máximo de linhas para um período deve ser entre 3 e 4 e, acredito eu, que esse daí deu mais que isso na folha. Isso é descontado na C3, a qual avalia o projeto de texto do aluno.

    Outrossim, faz-se imperioso(1), ainda, ressaltar que a sociedade, moldada por padrões obsoletos, tende a conferir maior importância à medicina curativa e postergar a prevenção. Nesse sentido, de acordo com o sociólogo Pierre Bourdieu, a Teoria do Habitus é toda ideia compartilhada e desenvolvida no espaço social. Sendo assim, ao disseminar a mínima importância à medicina preventiva, é ampliado o impacto das enfermidades na saúde dos indivíduos e a má qualidade de vida de pacientes em tratamento. Isso se deve, principalmente, à falta de consciência da massa coletiva, ao menosprezar o conceito de saúde conferido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como sendo um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades. Assim, a expectativa de vida dos brasileiros inclina-se à diminuição e a ampliação dos impactos na vida dos indivíduos.

    1- veja que vc repetiu essa palavra no término do 2° parágrafo e no início desse 3°, não é proibido repetir, mas tente usar outra que substitua essa, a fim de demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Ex: é substancial, é fulcral, é necessário etc.

    *ótima organização de ideias.

    É evidente, portanto, que a dificuldade da medicina preventiva no Brasil é agravada por causas corporativas e habituais. Logo, é necessário que Governo Federal(1)(agente),(meio) *por meio do Ministério da Saúde, invistam(2) em atenção básica (3)por meio(4) de ampliação dos serviços preventivos em todo o território nacional*, por meio(5) da criação de atuantes, no Sistema Único de Saúde (SUS) especializados em diagnósticos e tratamentos prévios, objetivando a ampliação(finalidade) de menores impactos na saúde do brasileiro. Além disso, a mídia(agente), associada a ONGs, deve alertar a população(ação) sobre as mazelas atribuídas à exclusividade da medicina curativa(6) por meio(meio) da realização de narrativas ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema(detalhamento), a fim(finalidade) de contribuir o desenvolvimento do senso crítico da sociedade. Dessa maneira, o cenário poderá se abster à realidade das Cidadanias Mutiladas.

    1- governo federal*. Empregam-se minúsculas nos conceitos políticos de uso corrente nas publicações do Ipea: setor público, poder público, governo – federal, estadual, municipal – e estado – no sentido de Unidade da Federação. Fonte: https://www.ipea.gov.br

    2- o governo federal… INVISTA.
    * o “por meio” não deve ser usado para designar com quem o governo vai fazer a parceria, mas sim para falar “com oq” ele vai fazer. Ex: por meio de verbas, palestras, campanhas publicitárias etc. Vc deveria escrever: “em parceria com o Ministério da Saúde”.

    3-vírgula.

    4- repetição de palavras próximas.

    5- outra repetição desnecessária.

    6- vírgula.

    *provavelmente isso aqui seria seu detalhamento, mas esses “por meio” não dá a entender que foi isso que vc queria fazer.

    Para atingir a nota máxima nessa competência é necessário que vc use apenas uma proposta COMPLETA, essa sua primeira está incompleta pq faltou o detalhamento, mas irei analisar a outra e ver se cumpre os requisitos.

    a segunda proposta está completa. Aconselho-te a fazer apenas uma completa.

    C1: 120
    C2:200
    C3:180
    C4:200
    C5:200
    Nota: 900

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  3. Oi, boa noite Wermeson :)
    Gostei bastante da sua redação, você escreve e argumenta mt bem e não acho que tenha muito o que corrigir nesse quesito. (Lembrando que sou apenas uma estudante e essa nota não deve ser levada totalmente em consideração).

    Portanto:
    C1: 200
    C2: 200
    C3: 190
    C4; 190
    C5: 200
    Total: 980
    Parabéns, continue estudando você vai longe

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  4. Na obra “O Preconceito”, o geógrafo Milton Santos defende o conceito de “cidadanias mutiladas”, no qual a democracia – extremamente necessária para a fundamentação cultural do indivíduo – é exclusivamente efetiva quando atinge a totalidade do corpo social, possuindo direitos universais e desfrutados por todos os cidadãos. De maneira análoga, embora o país apresente um conjunto de leis bastante consistente, elas se atêm, de forma geral, ao plano teórico. Isso é evidenciado no âmbito da saúde, tendo em vista que (1)embora os brasileiros possuam escreve auhh

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