Representatividade feminina nos cinemas

É de conhecimento universal que a sociedade tem sido machista e patriarcalista. A busca feminina por espaço em um meio misógino está presente em todas as formas de comunicação, uma delas é no cinema. Até meados dos anos 70, as mulheres eram representadas como garotas inseguras, sendo salvas por personagens masculinos.

Isso mudou com o lançamento de Star Wars, onde uma princesa (Leia Organa), única personagens feminina mostrada no filme, foi retratada lutando ao lado de homens com a intenção de derrubar um governo totalitário. Usando os fundamentos da Jornada da Heroína, George Lucas criou uma figura que serviria de base para muitas outras que viriam depois. De lá para cá, muitas personalidades femininas vieram para deixar sua marca de empoderamento nas telas, algumas delas são Sarah Connor (De volta para o futuro), Viúva Negra (Marvel), Merida (Disney). No entanto, os homens ainda estão sob os holofotes, podemos ver isso nos últimos filmes de super-heróis lançados, onde em sua maioria, os protagonistas são masculinos.

Baseada nesses fatos, a New York Film Academy registrou alguns dados sobre a mulher dentro e fora dos cinemas. Até 2012, 9% dos filmes foram dirigidos por mulheres, apenas 15% foram escritos por elas. Segundo a revista Forbes, dos 10 atores e atrizes mais bem pagos de 2013, os homens receberam 465 milhões de dólares, enquanto às mulheres foi registrado 181 milhões de dólares. Esses valores são influenciados também pela idade, a média de idade desses atores é de 46 anos, entretanto, o das mulheres é de 34 anos. Ou seja, mulheres de idade mais avançada não estão sendo tão reconhecidas no cinema quanto os homens.

A falta de protagonistas mulheres em filmes afeta, principalmente, as crianças, pois estas não tem uma representação com personalidade forte para se inspirar. Geralmente, há uma falta de desenvolvimento nas personalidades femininas, sempre retratadas com o estereótipo sexualizado, usando roupas curtas para destacar os corpos, que na maioria das vezes, fazem parte dos padrões de beleza, servindo de objetificação para personagens masculinos ou de obstáculo para chegarem ao seus objetivos, reforçando a ideia de que o chamado “sexo frágil” é traiçoeiro.

A grande demanda de Hollywood é agora melhorar a diversidade, fazer com que a contratação de mulheres não seja tão difícil. É necessário que haja mais apoio ao emponderamento feminino por parte dos diretores e produtores. Não só na criação de personagens que estejam aptas a lutar por seus direitos e não se calarem diante das injustiças, como a Princesa Leia de 1977, mas também na contratação de atrizes, diretoras e produtoras. É dever da mídia notar que as mulheres estão aí, prontas para dominar o mundo e que homens e mulheres são iguais, em direitos e deveres.