Relacionamentos no século XXI

As relações humanas no século XXI possuem uma maior tendência para a efemeridade e fluidez, como já defendia o pensador “zygmunt Bauman”. Isso significa, na prática, que há o desenvolvimento de uma “Cultura da indiferença” em que o sujeito atuante prioriza-se acima das demais pessoas, adquirindo um senso egocêntrico e narcisista, dificultando e, quase, impossibilitando o estabelecimento de reais vínculos afetivos.

Em primeiro plano, pode-se citar a série “Special”, protagonizada por um homem que nasceu com paralisia corporal parcial e, devido a tal estado, tem todas as suas relações perpassadas pela problemática da aceitação – ou rejeição – de sua aparência por parte de seus respectivos parceiros, evidenciando a tendência contemporânea de extrema valorização estética em detrimento dos demais atributos psicológicos e comportamentais das pessoas.

Dessa forma, torna-se observável que, em uma sociedade em que parte dos valores morais, de forma geral, são alicerçados na aparência, desenvolve-se a dificuldade da socialização de pessoas pouco socialmente aceitas, resultando em falsificações e manipulações identitárias, como demonstrado na série documentária “Catfish”, revelando uma crueldade a qual esse tipo esse tipo de tratamento expõe a “vítima”.

Neste contexto, cabe ao Estado e, mais especificamente, à Secretaria de Educação, o desenvolvimento de palestras e debates em escolas e universidades públicas ministradas por antropólogos, psicólogos e cientistas sociais, objetivando a ampliação e o desenvolvimento da criticidade do público como um todo, afim de promover reflexões e mudanças no comportamento psicossocial dos cidadãos a favor da inclusão social.