“Reflexos do uso de filtros em redes sociais na formação da autoimagem na juventude brasileira”

Na obra “1984” do escritor inglês George orwell, é retratado um estado totalitário que diariamente altera e manipula as informações locais, a fim de moldar a opinião pública a favor de um governante. Seguindo essa lógica, os filtros nas redes sociais fazem o papel do estado dito por Orewell, uma vez que manipulam e alteram a imagem do usuário na tentativa de molda-lo a um padrão. Com base nesse viés, é fundamental discutir a principal razão para os filtros se tornarem um hábito entre os jovens brasileiros, bem como os entraves que estes geram.
Com efeito, é válido destacar que o uso de filtros com frequência entre jovens, se relaciona com a tentativa de se atingir uma beleza ideal- de modo a se sentir incluso. Isso ocorre, porque, desde a escola literária humanista, tem- se propagado a simetria da face e do corpo como sinônimo de beleza- uma visão totalmente europeizada que exclui os corpos reais. Logo, assim como visto na série “Insantiable”, temos cada vez mais jovens que fazem de tudo para se sentirem inclusos: A Persongem paty que possui dismorfia corporal, aparece sofrendo episódios de compulsão alimentar e desmaios, ao tentar atingir tal padrão. Desse modo, os filtros funcionam como uma espécie de âncora para jovens com escasso sentimento de pertencimento, e os fazem alcançar esse ideal desejado.
Ademais, o principal entrave gerado pelo uso cotidiano desses filtros é a distorção de imagem, uma vez que o usuário se acostuma a ver apenas o simetrico . Tal situação ocorre, porque, assim como afirmado pelo site “minha vida”, as redes sociais são um modo de propagação da imagem que queremos passar à sociedade, de imediato, os jovens tentam isso da melhor forma possível, e isso implica o uso de filtros. Assim, forma-se um ciclo incessante pela busca de modificadores da aparência, principalmente entre as meninas, observado no fato dessas ocuparem 55% das redes sociais que propagam a autoimagem.

Destarte, é mister desvelar as raízes e frutos do quadro. Para conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o Ministério da Educação(ME) crie, por meio de publicações nas redes sociais, campanhas publicitárias que detalhem os prós e contras do uso de filtros e adivirtam os jovens dos perigos a que estão submetidos, sugerindo que reduzam o uso deste e pratiquem a auto aceitação em sessões de terapia. Apenas assim, a manipulação dos filtros será encerrada.