Redação modelo FUVEST: A espetacularização da vida humana

        As pessoas estão deixando de viver e apenas assistindo sua vida como se estivesse sendo transmitida na TV. É como se toda a história fosse traçada através do entretenimento. Uma  negação da complexidade humana, um afastamento de nós consigo mesmo. 

        O livro “a civilização do espetáculo” de Mario Vargas llosa examina, do ponto de vista sócio antropológico, a espetacularização do cotidiano humano, impondo que tal acontecimento gera uma banalização da intelectualidade, fazendo reinar a superficialidade e o anti-intelectualismo. Insubmisso a isso, os meios de comunicação estão em busca constante somente pela maximização do lucro, desinteressados com a agregação do conteúdo. 

       Estudos da revista científica Current Biology, mostram que o nosso interesse pela vida alheia é biológico, e isso tende a ser mais acentuado em relação aos membros proeminentes do nosso grupo social. Entretanto, produzimos o que é chamado de viés de negatividade, coisas de natureza negativa tendem a produzir efeitos mais marcantes ainda a nossa memória. A mídia, em sua generalidade, explora isso, dando ênfase a notícias hiperbólicas e desagradáveis, como a queda do avião do time da Chapecoense, que gerou notícias como “fotos dos jogadores minutos antes da morte”.  

       Cabe a nós acreditar que coisas como essas tendem a diminuir no futuro, como no exemplo citado, que, mesmo com notícias oportunistas, o título pelo qual os jogadores estavam viajando para conquistar, foi concedido aos mesmos a pedido do Atlético Nacional, time adversário no mesmo campeonato. Em meio a isso, faz se emergir o situacionismo, mas também faz nós lembrar da solidariedade. Mas quando deixaremos de viver o espetáculo e a lucratividade explícitos, para viver a vida real?