Redação Enem 2020. Alguém para corrigir e pontuar?

O humorista brasileiro Whindersson Nunes se tornou estande notório da incongruência entre a vida extrínseca percebida na internet e a intrínseca fora dela. Com depressão, o artista camuflava nas redes sociais suas fragilidades por meio de mídias descontraídas. Hodiernamente, essa é a realidade que persegue uma massa, dentre as quais se refugiam ao mundo virtual para atenuar momentaneamente seus flagelos atrelado à retórica que associa as doenças mentais, com incidência maior a depressão, aos termos abjetos “frescura” e “preguiça”.

Em primeira análise, cabe destacar que os veículos de comunicação, sobretudo a internet, vem assumindo um papel ativo não somente para alertar sobre as causas e como suscitam as doenças mentais, mas também para apoiar a busca por ajuda profissional pelos mais de 11,5 milhões de brasileiros com quadros depressivos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Todavia, esse combo acessível acaba “amarrando-os” e os viabilizando a camuflar seus medos, aflições e inquietações que sinalizam o desenvolvimento ou presença de alguma doença mental. Sobre isso, o filósofo francês Émile Durkheim sugere que o ser humano deve aprender a conhecer-se em unidade com o passar do tempo, para tomar decisões e buscar ajuda. Desta forma, nota-se a necessidade de não apenas conhecer o problema, mas transcender o digital e procurar suporte.

Em vista do supracitado, concomitantemente com o escopo de ajudar, a internet acaba sendo usada para taxar a depressão com viés de menosprezo sendo palavras recorrentes a “preguiça” e “frescuras”, sobretudo quando atinge pessoas bem-sucedidas, reputadas e com poder aquisitivo médio/alto, como no caso concreto do artista em questão. É por esse, dentre outros fatores, que tais doenças adquirem teor mínimo em termos de gravidade.

Portanto, medidas efetivas para promover o debate acerca da temática ocupa uma condição sine qua non. Primordialmente, urge do Governo Federal por meio do Ministério da Educação, adotar oficinas e palestras nas instituições de ensino que possam explanar sobre as doenças mentais, principalmente destacando causas, sintomas e a quem recorrer para receber suporte. Ainda assim, ao Ministério da Saúde cabe originar conteúdos midiáticos que possibilitem a presença de psicológicos e profissionais correlatos nas Unidades Básicas de Saúde do Brasil, a fim de contribuir para originar cases de sucesso, igual ao do artista.