Recursos Hídricos no Brasil : o que fazer para evitar a escassez.

O célebre quadro “Os Retirantes” de Cândido Portinari, retrata uma família que precisa abandonar suas terras em função da miséria trazida pela seca. Para além da obra, lamentavelmente, essa realidade se faz presente no território nacional ,no que concerne à escassez de recursos hídricos. Diante dessa perspectiva, é imperiosa a análise de fatores que corroboram essa questão, tais como o descaso governamental e o consumo excessivo da população.

Primordialmente, é fundamental citar a negligência estatal como entrave da resolução desse problema. Sob essa ótica, o sociólogo Zugmunt Bauman descreveu como “instituições zumbis” os órgãos públicos que falham no cumprimento de suas funções sociais, dentre eles o Estado. Frente a isso, a carência de recursos hídricos faz parte da realidade do Brasil na medida em que o Governo não protagoniza seu papel de ofertar propostas que, potencialmente, coordenem o manejo e a distribuição desses artifícios. Finalmente, é necessária a implementação de planos que venham a mitigar esse óbice.

Ademais, vale ressaltar o esbanjamento como impulsionador desse revés. De acordo com isso, o filósofo estoico Sêneca afirmou – “Para a ganância, toda natureza é insuficiente”. Nesse sentido, o consumismo e a falta de informações de uma parcela do povo nega a outros indivíduos a possibilidade de desfrutar do capital hídrico do país, a deixá-los sujeitos a situações que os colocam em risco. Dessa forma, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, portanto, a indigência de resolver essa problemática. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, órgão executivo responsável pela instituição de políticas coletivas, por intermédio dos Ministérios da Economia e do Meio Ambiente, atue na gestão dos recursos hídricos e crie um plano de conscientização em escolas sobre medidas que favoreçam o desenvolvimento sustentável a fim de evitar sua escassez. Quiçá, assim, se concretizará uma sociedade consciente dos seus atos, a evitar a perpetuação de casos como o apresentado por Portinari.