RECONHECIMENTO DOS INDÍGENAS NA SOCIEDADE

O filósofo Raimundo de Teixeira Mendes, em 1889, adaptou o lema “Ordem e Progresso” não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que, atualmente, enfrenta inúmeros empecilhos para o seu desenvolvimento. Lamentavelmente, entre eles, destaca-se o pouco reconhecimento dos indígenas no país, problema recorrente na sociedade brasileira. Esta realidade se deve ao escasso diálogo da temática nas escolas e, consequentemente, ao pensamento errôneo de que essa massa social ainda é primitiva. 

Sob esse viés, é notório que a introdução do assunto e a discussão da importância da cultura e história dos índios desde a infância, nas instituições de ensino, se mostra fundamental para quebrar os entraves no convívio regional da República. Segundo o ex-líder político Nelson Mandela, a arma mais poderosa do mundo é a educação, uma vez que ela tem o poder de transformar vidas e combater a alienação dos indivíduos. Assim, com o conhecimento das práticas culturais e mitológicas das tribos tupi-guarani, a população se encontra informada e influenciada a respeitar tais crenças e rituais, visto que ao enfatizar a compostura perante outras etnias – a partir da juventude – ações preconceituosas tendem a se erradicar.

Ademais, os indígenas ganharam mais visibilidade na mídia e oportunidades no campo empresarial e econômico, tal situação demonstra que a ilusão de que os indígenas, de forma generalizada, ainda vivem nas zonas florestais é uma falácia. Em síntese, o pequeno documentário da empresa cinematográfica Rede Globo, intitulado “Falas da Terra”, mostra o cotidiano de diversos participantes de grupos aborígenes e como a inclusão dos mesmos na sociedade permanece árdua e cheia de prejulgamentos, os quais duvidam da capacidade e inteligência dos nativos. Desse modo, a insistência de atitudes errôneas da bolha social dificulta a igualdade entre os indivíduos do país, bem constitucional que é garantido por lei, e demonstra um caráter de indulgência dos praticantes desse crime moral.

Portanto, medidas são necessárias para combater essa problemática. Para isso, é imprescindível que o Governo Federal, aliado ao Ministério da Educação, crie, por intermédio de políticas públicas destinadas à pasta da área educacional, um projeto para implantar na grade curricular dos colégios – particulares e estaduais –  a abordagem semanal do tema na matéria de História – não apenas no dia Nacional do Índio – e através de palestras e conversações lúdicas com os estudantes para debaterem a importância do saber cultural a proposta tem como objetivo principal democratizar os diversos hábitos étnicos existentes no Brasil. Em síntese, a ação será divulgada nos meios de comunicação – como redes sociais e canais televisivos – e nas reuniões escolares com a coordenação pedagógica. Somente assim, o grupo social será a nação da Ordem e do Progresso, como proferiu Raimundo de Teixeira Mendes.