Estudante

Raízes da desigualdade racial no Brasil

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Em seu livro “Escravidão”, o escritor Laurentino Gomes aponta o passado escravagista brasileiro como precursor da desigualdade racial no país. Apesar de verdadeira, essa premissa, por si só, não é suficiente para esclarecer a questão da assimetria étnica no Brasil. Ademais, essa visão simplista também é conivente com o racismo, já que atribui a um fato antigo a culpabilidade pelo problema atual. No entanto, para que tal panorama seja verdadeiramente aclarado, é preciso compreender que a segregação racial se deu de maneira contínua na história, a partir de uma série de eventos correlacionados.

Dentre essas causas, é possível destacar a noção de racismo individual, baseada em conceitos eugenistas. No século XIX, o Darwinismo social, uma tese que defendia a superioridade da raça branca, popularizou-se. Essa percepção segregacionista legitimava a violência étnica, na medida em que era fundamentada por uma pseudobiologia. Essa associação entre ciência e preconceito garantia à teoria certa incontestabilidade, assegurando, assim, sua reprodução ininterrupta. Com isso, a população caucasiana subjugava, ativa e pessoalmente, as demais minorias raciais. Criou-se, dessa forma, uma mentalidade particular, ainda vigente na contemporaneidade, que associa os negros à subserviência, perpetuando assimetrias entre povos.

Parte desse entendimento eugênico foi institucionalizando, dando origem ao chamado racismo estrutural. A materialização do preconceito étnico foi promovida, em primeira instância, pela ausência de políticas afirmativas. Contudo, outro mecanismo relevante foram medidas que sujeitavam negros a posições de subalternos. À guisa de exemplo, pode-se mencionar a Lei de Terras e a legislação proibitiva à vadiagem, que obstaculizaram a integração do negros na sociedade pós-abolição. Tal contexto dialoga com o conceito de Instituição Zumbi de Zygmunt Bauman. De acordo com o filósofo, o Estado perdeu sua função social, não sendo capaz de atender aos anseios da população. Essa ineficiência é responsável, na modernidade, pela alienação de minorias, que não têm seus direitos assegurados por organizações governamentais.

Em suma, percebe-se que as raízes das desigualdades raciais no Brasil estão associadas à escravidão, ao racismo individual e à institucionalização de preconceitos étnicos. Sendo assim, para que o combate à segregação seja efetivo, é necessário reconhecer o impacto de tais problemáticas na sociedade contemporânea.

Por favor, corrijam de acordo com o MODELO FUVEST.

Critérios:

Nota: 0-50

Desenvolvimento do tema e organização do texto: 0- 5
Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto: 0-5
Correção gramatical e adequação vocabular: 0-5

Os três critérios assumem peso 4, 3 e 3 respectivamente.

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3 Correções

  1. Bom dia Condessa!
    Primeiramente gostaria de lhe dizer que não sou a melhor pessoa para corrigir uma redação modelo FUDEST (kkk), porém tentarei!
    Farei sua correção via Google Docs e lhe enviarei o link!
    Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto: 3
    Correção gramatical e adequação vocabular: 4,5
    Nota: 42,5
    .
    Link:
    https://docs.google.com/document/d/1RuQKwsjZ6XuRtl6JSm0xmKM36Qh1eHwLIc7UrKnLVA4/edit?usp=sharing

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  2. BOA TARDE! Não sei quais como são as classificatórias estilo fuvest, mas de uma forma geral, achei sua redação bem rica. Só foca no tema, senti algumas vezes um quase desvio do assunto, mas tirando isso, gostei muito da sua introdução. Achei a principal qualidade da redação

    Minha nota: 800

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  3. Oi, infelizmente eu não sei qual é o modelo da fuvest, mas vou dar a minha opnião sincera.

    Introdução-> Pelo que notei a sua introdução foi bem rica, porém, eu não vi com clareza os argumentos que irá discorrer nos desenvolvimentos.

    D1->Ficou perfeito,mas como eu não sei se na fuvest é necessário ou não nexos entre paragráfos, não vou falar nada.

    D2->Mesma coisa do D1

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