Racismo. Cultural ou Estrutural?

Na obra ”Utopia” do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. Conquanto, o que se observa na realidade contemporânea, é o oposto do que o autor prega. Uma vez que o racismo estrutural no Brasil apresenta barreiras para a sociedade, as quais dificultam a concretização dos planos de more. Esse cenário antagônico é fruto, principalmente, de uma educação defasada dentro dos lares e da segregação do povo negro para as periferias, os tornando marginalizados no meio em que vivem. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.

Primordialmente, deve-se ressaltar a escassez de medidas governamentais para o combate de tal empecimento. Nesse sentido, cabe acrescentar que a principal fonte dessa adversidade sociocultural está intrínseca dentro das famílias, sendo passada entre gerações, por vezes de forma involuntária, contribuindo significativamente para a estruturação de um preconceito tão repugnante.

Ademais, a Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 5 que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. No entanto, o que se observa na prática é o oposto, sendo os negros 75% do grupo formado pelos 10% mais pobres do País, segundo o IBGE. Comprovando, por meio de dados, a não execução de um direito imprescindível na vida de qualquer cidadão. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é inegável a necessidade que o Governo Federal, por intermédio dos Governos Estaduais e Municipais, dissertem palestras e documentários a respeito do tema discutido, com foco nas escolas e faculdades sendo públicas ou privadas, a fim de conscientizar o público jovem e infantil brasileiro. Desse modo, atenuar-se-á em médio e longo prazo, o impacto nocivo do racismo estrutural no Brasil, sendo possível alcançar a coletividade utópica de More.