Racismo: a dor do bullying x o peso da culpa

O racismo pode ser definido como um conjunto de ideias e de crenças que estabelece uma hierarquia entre as etnias, privilegiando umas, em detrimento de outras. Essa realidade não ocorre apenas no viés internacional, sendo também presente no Brasil. Nesse sentido, o racismo gera impactos, extremamente, negativos, seja para as pessoas que o recebe, seja, até mesmo, para quem o oferta, gratuitamente, e acaba por se arrepender profundamente

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o racismo é uma das formas de bullying, uma vez que rebaixa quem o sofre a um nível de inferioridade racial. Dessa forma, suas vítimas acabam sofrendo inúmeras consequências negativas em várias áreas da vida, tais como: transtornos de inferioridade, apatia, depressão e, até mesmo suicídio. Infelizmente, pessoas que não viveram uma sociedade ideal proferida certa vez pelo pastor Martin Luther King Jr, de que o sonho dele era o de que os negros – incluindo suas quatro crianças – um dia vivessem em uma sociedade que não os julgasse pela cor de sua pele, mas pelo caráter que apresentavam.

Não obstante a esse panorama, há de se dizer e observar também o outro lado da moeda, o lado pelo qual, em alguns casos, quem pratica atos racistas acaba sofrendo tanto quanto quem os recebeu. Assim, é crucial averiguar que o peso da culpa realmente pode ser grande e prejudicial para com aquele que se arrependeu. Metaforicamente, é como se o arrependimento tivesse gerado uma cicatriz à ferida do ato racista, já não dói mais, mas a marca permanece. Uma marca que pode trazer doenças psicossomáticas – tendo suas causas na mente e refletindo no corpo – do agressor, que também é um ser humano que precisa de cuidados, visto que tenha havido arrependimento.

Diante disso, portanto, é imprescindível que os cuidados sejam, não somente para com os indivíduos que foram inferiorizados única e exclusivamente pela cor de sua pele, mas também para quem proferiu tais insultos, arrependeu-se e, agora, encontra-se em um estado de dependência de cuidados. Logo, é necessário que o governo crie e sistematize uma política de Estado que abranja e inclua a população negra, cuidando por meio de associações com clínicas, tanto das vítimas, quanto de agressores arrependidos. Assim, o abismo racial no país irá se reduzir.