Prós e contras da construção de uma Internet das Coisas

A série britânica “Black Mirror” tornou-se famosa ao mostrar como o uso incorreto da tecnologia pode ocasionar prejuízos individuais e coletivos a uma população. Nesse viés, cabe relacionar o seriado com os prós e contras da construção de uma Internet das Coisas – caracterizado pelo fluxo de envio e recebimento de informações -, dado que tal recurso influencia diretamente a rotina das pessoas. Logo, é lícito salientar que a facilidade tecnológica e a segurança digital devem ser questionadas e discutidas, visando um melhor desenvolvimento desses sistemas eletrônicos no corpo social.

Em primeira análise, é útil destacar a agilidade, em resolver problemas, que a internet oferece aos cidadãos, como o pagamento de contas que são feitas pelo celular. No entanto, é necessário alertar às pessoas no que tange a questão da privacidade digital, uma vez que informações particulares, senhas de cartão, por exemplo, são compartilhadas ao fazer uma compra online.  Nesse sentido, o renomado físico Albert Einstein afirmava que o espírito humano deve prevalecer sobre a tecnologia. Assim, entende-se que a Internet das Coisas pode ser uma grande aliada ao facilitar a resolução de entraves cotidianos, porém deve haver uma cautela para que esse recurso não prevaleça sobre a vida humana, como advertiu Einstein.

Ademais, é importante ressaltar a garantia de segurança digital que as pessoas deveriam ter ao utilizar tais espaços tecnológicos. Sob o mesmo ponto de vista, o documentário “O Dilema das Redes” mostra como grandes empresas manipulam os usuários pelo controle de seus dados, ao “filtrar” os interesses dos indivíduos e mantê-los por mais tempo frente às telas. Desse modo, é necessário, de forma urgente, que haja imposição de limites a empresas que controlam dados de seus utilizadores de forma gananciosa, assegurando, dessa forma, um ambiente digital mais justo para os usuários em geral.

Portanto, é imprescindível que para haver um bom uso das novas tecnologias faz-se essencial a imposição de novas regras. Para isso, urge que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ofereça aos cidadãos mais seguridade no âmbito digital, por meio da criação do projeto “Rede Segura”, o qual exigirá das empresas, como Facebook, mais transparência acerca da coleta de dados dos usuários, com a finalidade de evitar a manipulação dos utilizadores e, posteriormente, haver mais prós e menos contras nos desenvolvimentos tecnológicos. Feito isso, espera-se que os cenários caóticos de “Black Mirror” fiquem apenas nas telas e que haja harmonia entre o meio digital e  humano.