Iniciante

Principais desafios para a inclusão educacional e aceitação social da pessoa autista no Brasil

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Historicamente, a sociedade tende a estigmatizar e afastar o que não consegue compreender. Segundo Michel Foulcault, historiador francês, o primeiro hospício de que se tem registro data do século VII, apesar de a psiquiatria como se conhecesse hoje fundamentar seus primeiros estudos apenas a partir do século XVIII. No Brasil atual, essa incompreensão social acerca de doenças e distúrbios mentais, como o autismo, é expressa nas dificuldades de inclusão das pessoas englobadas, o que se origina da falta de informação corrente sobre como incluir e agir frente à esses distúrbios e do desinteresse econômico na adequação dos sistemas e espaços a todos.

A desinformação acerca do significado e das implicações de ser ou conviver com autistas imprime na população um aspecto excludente e desinteressado, que impede que essas pessoas sejam inseridas corretamente em sociedade. O filme “Meu Nome É Rádio” retrata a história de um autista que, por acaso, conhece um treinador de futebol americano cuja atitude se mostra contrária a de todo o time, uma vez que ele aceita o protagonista e pesquisa sobre sua condição para saber como oferecer ajuda. Tal atitude difere da demonstrada na sociedade brasileira, que não é adequadamente preparada para incluir, e subentende uma suposta homogeneidade populacional inexistente, o que mina a capacidade de inclusão e, consequentemente, do correto exercício dos direitos de todos os seres humanos.

Além da falta de informação, o parco investimento e atenção dada à integração do autista em sociedade são mecanismos perdurantes da desigualdade sofrida por esse grupo. A Lei Berenice Piana, de 2012, garante ao autista o direito à educação e ao trabalho, mesmos direitos assegurados a pessoas não englobadas nessa condição, mas que não são exercidos em totalidade, principalmente pelo desinteresse dos empresários que, não enxergando lucros advindos na adequação de um lugar de trabalho ou instituição de ensino para a inclusão da totalidade diversificada da população, simplesmente não o fazem, ou o fazem de modo incompleto, reforçando problemas estruturais que desconsideram os direitos das pessoas autistas e seus deveres para com a sociedade.

Tendo em vista os problemas abordados, é mister que providências para saná-los sejam tomadas e exercidas com urgência. Cabe, portanto, ao Ministério da Educação (MEC), em conjunto com o Ministério da Cidadania (MDC) a elaboração de projetos que visem apresentar o autista e suas singularidades como parte ativa da sociedade, através de trabalhos em âmbito escolar que desenvolvam nos estudantes a inclusão e a compreensão, por meio de apresentações, palestras e estudos recorrentes acerca do assunto, para que as próximas gerações sejam mais inclusivas e conscientes da diversidade existente em sociedade, e da necessidade de respeitá-la. Cabe ainda que, em conjunto com o Ministério da Justiça (MJSP), fiscalizem as instituições de ensino e as empresas, visando assegurar o cumprimento dos deveres destes, através de recorrentes inspeções e a aplicação de punições severas, caso não seja observado o compromisso com a constituição. Só assim, a sociedade aprenderá a aceitar e incluir pessoas com distúrbios mentais.

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4 Correções

  1. na terceira linha, você usou “de a”, no entanto o texto ficaria mais limpo se você tivesse usado simplesmente “da”
    o repertorio “Historicamente, a sociedade tende a estigmatizar e afastar o que não consegue compreender.” ficou um pouco deslocado texto, poderia utilizar mais palavras para deixar claro que existe essa gancho, a mesma coisa vale para o segundo repertório, pois você fala que os primeiros hospícios surgem no século VII, mas seus primeiros estudos apenas a partir do século XVIII, no entanto você não esclarece de forma explicita o que isso acarreta, por exemplo falar “de forma que os primeiros hospícios não possuíam capital intelectual para poder tratar pessoas diagnosticadas com distúrbios mentais. Mesmo apesar dos anos tal desprovimento continua na sociedade brasileira, de tal modo que resulte numa exclusão dessas pessoas”, algo nesse estilo para criar uma ideia de ligação , uma ancoragem

    o seu paragrafo está muito longo, de forma que extrapole o limite de linha

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  2. Achei sua redação um pouco grande, se consegui escrever em 30 linha ok.
    Gostei de como começou a introdução e de seus argumentos.
    Apresenta bom domínio do português.
    Continue assim e conseguirá grandes resultados!!
    Nota estilo Enem : 890
    Pecou um pouco nos verbos, mas nada muito relevante.
    Parabéns, você é fera.

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  3. Oi, tudo bem? Corrigindo considerando o ENEM (perdoe-me se algo estiver errado, falarei conforme sei):
    Primeiramente, lembre-se que o padrão ENEM é de redações de, no máximo, 30 linhas. Pelo computador, que no geral tem letra menor que a escrita, o seu texto ultrapassou esse limite, então me pergunto se você consegue escrever tudo isso nas linhas disponíveis. Se sim, sucesso! Vamos lá:
    C1: demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
    No geral, o texto foi muito bem escrito, apesar de haver alguns erros pequenos. Por exemplo, creio que “data o século VII” seria melhor do que “do século”; houve uma crase posicionada erroneamente e outra frase em que ela fez falta. Vale lembrar que pronome relativo é fator de próclise, opte por colocar o pronome antes do verbo (“os sanar” e não “saná-los”). Teve uma vírgula que considerei alheia ao texto e o pronome “deste” na proposta de intervenção foi mal colocado (opte por desse, já que tratou de objetos já mencionados no texto). Como disse, erros comuns e pequenos.
    Acredito que sua nota seria 160!
    C2: compreender a proposta da redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para o desenvolvimento do tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
    Desenvolveu muito bem, tanto o texto dissertativo-argumentativo, quanto o tema proposto. A argumentação foi excelente, na minha opinião.
    Acredito que sua nota seria 200!
    C3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
    Foi sim uma redação com repertórios bem selecionados e interpretados. Contudo, acredito que vale a pena trabalhar os mecanismos de coesão e coerência. Não que não haja, mas pode ficar digno de 200. Acredito que sua nota seria 160.
    C4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
    Informações articuladas, com poucos desvios em relação aos pronomes utilizados, como já falei na C1. Creio que seria 160.
    C5: elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
    Proposta de intervenção inovadora e bem articulada, digna de 200.

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  4. Sua redação está muito bão, porém tenta diminuir um pouquinho mais a conclusão, pois está muito grande,preste muita atenção nas vírgulas também,mas continue nesse caminho que vc vai longe,não desista,só precisa mudar isso mesmo,gostei muito que não usou dados,no é necessariamente obrigatório

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