Pressão estética na sociedade atual

Na mitologia grega, Procusto era um gigante que trabalhava em uma estalagem para viajantes. Quando dormindo na cama, caso o viajante fosse maior que suas  dimensões, ele cortava os membros para que se tornasse ideal, assim como caso fosse menor, ele esticava seus corpos para igualmente se adequarem ao tamanho da cama. Analogamente à realidade, os padrões sociais induzem a população a busca pelos corpos perfeitos adquiridos a partir de procedimentos estéticos que acarretam consequências graves a saúde. Dessa forma, tanto a mídia quanto a sociedade influenciam essa problemática.

Em primeira análise, vale ressaltar que o ideal de perfeição proposto pela mídia alicerça o culto negativo ao corpo. Essa situação ocorre pois amplia-se a pressão social na busca por corpos antinaturais que estejam inclusos no ideal de perfeição para que assim, o indivíduo passe por modificações e tenha uma aceitação social por estar no padrão. Um exemplo dessa influência, é a mensagem fantasiosa proposta pela  boneca Barbie, que induz meninas e mulheres a espelharem-se no físico angelical tal qual o do brinquedo e a tornarem-se “Barbies humanas”, mesmo que esse seja inalcançável. Assim, acentua-se a ditadura estética e as mulheres tornam-se escravas desse protótipo irrealista, que as pode levar a complicações de saúde graves.

Em segunda análise, é inegável que a sociedade é um dos fatores determinantes para a continuidade da pressão estética. O culto a padronização em redes sociais e a inspiração em modelos e atores faz com que a população adquira uma vaidade desenfreada e amplia a busca por procedimentos estéticos. Todavia, muitas vezes, esses processos são feitos de forma invasiva, irresponsável e clandestina, o que pode gerar consequências como a perfuração de órgãos, hematomas, infecções e sangramentos. A exemplo, o caso de grande repercussão da modelo e dançarina Andressa Urach, que no ano de 2014 teve graves complicações devido a aplicação de hidrogel nas pernas. Andressa teve quadros de infecções e necrose nos músculos das pernas, o que a levou a ficar meses no hospital para se recuperar. Dessa forma, é fato que ocorrem muitos casos como o da modelo no país, evidenciando que isso pode levar a finais trágicos.

Diante dos fatos supracitados, é fato que a mídia e a sociedade impõem padrões estéticos negativos à população. Destarte, cabe a própria mídia e as grandes empresas que trabalham com imagem, trazer mais diversidade de corpos em comerciais, anúncios e na indústria da moda, dando espaço para modelos e influencers com o físico real para disseminar a mentalidade cristalizada de perfeição. Em suma, a desconstrução de estereótipos e a aceitação por parte da sociedade diminuirá a necessidade de se enquadrar em modelos pré definidos, cessando a carência de alterar o corpo e de causar riscos a saúde assim como fazia Protusco em suas camas.