PRECONCEITOS ENFRENTADOS PELOS HOMOSSEXUAIS NA DOAÇÃO DE SANGUE

A antropóloga Ruth Benedict, ao afirmar que “a cultura é a lente pela qual a sociedade enxerga” demonstra que os valores adquiridos no convívio social são bases para o preconceito enfrentado pelos homossexuais na doação de sangue. Em contrapartida, nota-se que essa realidade impôs novos desafios às sociedades contemporâneas, tal como, o preconceito da escolha de gênero e a falta de participação do governo causando injustiça e prejudicando o avanço da saúde no país. Dessa forma, tais fatores merecem um olhar crítico de enfrentamento.
Em primeira análise, o preconceito enfrentado pelos homossexuais na doação de sangue encontra terra fértil na falta de empatia. Na obra “modernidade líquida”, Zygmunt Bauman defende que a pós-modernidade é fortemente influenciada pelo individualismo. Nessa perspectiva, há, o aumento do preconceito da escolha de gênero, no qual, pessoas homossexuais são impedidas de doar sangue pelo fato de muitas pessoas pensarem que todos homossexuais são transmissores das DSTs recusando a fazer testes de verificação, impedindo assim que homossexuais doem sangue. Em virtude disso, há, como consequência a falta de empatia, pois, para se colocar no lugar do outro é preciso deixar de olhar apenas para si.
Em segunda análise, é preciso atentar para a impunidade presente na questão. Diante disso, a máxima de Martin Luther King de que “a injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar” cabe perfeitamente. Desse modo, tem-se como consequência a generalização da injustiça e a prevalência do sentimento de insegurança sofrido pelos homossexuais, logo que eles não conseguem apoio do governo para solucionar tal problemática e tendo como consequência a diminuição da quantidade de sangue que seriam adquiridos para salvar vidas.
Logo, medidas estratégicas são necessárias para alterar esse cenário. Para que isso ocorra, cabe ao governo ser mais severo em relação a doação de sangue pelos homossexuais, disponibilizando testes de DSTs para que essa parcela da população possa doar sangue. Além disso punir indivíduos que não cumpram tal ordem. Ademais, cabe também as instituições sociais, como ONGs, por meio de publicidades conscientizar a população sobre a importância de doar sangue para a melhoria do país, com o intuito de fazer com que essa ação seja sempre valorizada, independente da opção sexual do doador e assim colocando um fim na injustiça imposta pela sociedade. Diante disso, tais medidas visam combater o empasse de forma precisa e democrática.