Precário sistema carcerário do Brasil

No documentário “Quadra livre” da Netflix, lançado em 2020, é retratado a vida de presidiários da penitenciária de segurança máxima San Quenti. Nele, é exposto as medidas de ressocialização adotados para reintegrar os condenados para a sociedade, como por exemplos: bibliotecas, quadra para esportes, equipamentos de academia, cursos e aulas de cidadania. Fora da ficção, é fato que essa não é a realidade do sistema carcerário do Brasil, devido tanto da negligência governamental, quanto da influência das mídias.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o sistema prisional brasileiro é mal estruturado e ausente de políticas públicas devido a baixa atuação de autoridades governamentais. Segundo Nelson Mandela, uma sociedade deve ser julgada não como ela trata seus cidadãos mais elevados, mas sim como trata os seus mais baixos. De maneira análoga, o nosso país seria mal julgado pois, diferentemente da prisão norte americana, o nosso sistema serve apenas para punir e excluir os presos, sem pensar que algum dia eles serão soltos e voltarão para o convívio social.

Em segundo lugar, vale ressaltar que as mídias atuam como impulsionadora da problemática. Segundo Pierre Bourdieu, aquilo que foi criado para ser objeto de democracia não deve se tornar mecanismo de agressão. Nessa perspectiva, é fato que as mídias, difusora de informações, encobre as estruturas e a exclusão dos presos em nossa sociedade, assim, ela rompe com o pensamento do sociólogo e age como instrumento de opressão.

Em suma, medidas exequíveis devem ser tomadas para resolver esse impasse. Sendo assim, para inclusão e ressocialização dos ex-presidiários, cabe ao Gorverno Federal, como instância máxima administrativa, em conjunto com o Ministério da Educação e Cultura (MEC) criar, por meio de verbas governamentais, cursos profissionalizantes nos sistemas carcerários, que confira aos presos a oportunidade de se aperfeiçoar, a fim de que uma sociedade menos exclusiva seja alcançada.