Possíveis Ações de Promoção do Desenvolvimento Econômico Sustentável no Brasil

No ano de 2020, durante uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com seus ministros, o então Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugeriu ao presidente da República que este, diante da situação caótica gerada pela pandemia, aproveita-se de tal momento para, segundo palavras do ministro “passar a boiada”, insinuando a liberação para o aumento das fronteiras agrícolas na região amazônica. Diante desse episódio, fica evidente que o Estado brasileiro prioriza de maneira desproporcional o crescimento econômico em detrimento da preservação ambiental, sobretudo no setor agroindustrial. Por conta disso, é importante analisar os elementos que possibilitam a manutenção dessa triste realidade, bem como suas consequências.

Em primeira análise, é de suma importância apontar para o fato de que os últimos governos brasileiros têm oferecido investimentos ínfimos para a promoção do desenvolvimento sustentável no país. Em relação a isso, de acordo com a Constituição Federal de 1988, é dever do Estado garantir um meio ambiente ecologicamente equilibrando, possibilitando uma exploração consciente de seus recursos naturais. Todavia, no Brasil, a baixa atenção dada às questões ambientais tem fomentado a destruição da natureza nacional pelo avanço indiscriminado da agroindústria que, visando uma maior lucratividade, opta por um modelo de exploração cada vez mais extensivo e predatório. Portanto, é dever do poder pública uma mudança imediata de mentalidade caso o país queira alterar esse panorama.

Ademais, é possível inferir que tais elementos são os principais responsáveis pelos impactos ambientais observados em território nacional. Acerca dessa temática, em 2015 foi assinado o famigerado Acordo de Paris, um documento no qual os países envolvidos se comprometeram em reduzir drasticamente a emissão de gases de efeito estufa nos próximos anos. O Brasil, no entanto, não tem cumprido com o principal objetivo do acordo, uma vez que o desmatamento e as queimadas tem cada vez mais impossibilitando o “sequestro de carbono” realizado pelas plantas, o que contribui para a manutenção do dióxido de carbono na atmosfera e seus efeitos nocivos para a natureza.

Diante do exposto, fica evidente a necessidade de uma mudança de postura do poder público frente essa triste realidade. Sendo assim, é dever do Ministério do Meio Ambiente juntamente com o Ministério da Economia elaborar um projeto de desenvolvimento sustentável com o objetivo de garantir o crescimento econômico sem impactar negativamente a natureza. No que concerne a essa questão, é essencial que o Estado injete dinheiro no setor tecnológico nacional, desenvolvendo alternativas ecológicas de fertilizantes e plantio, possibilitando uma maior produtividade da terra e assim, promovendo uma agroindústria cada vez verde e preocupada com o meio ambiente e seus recursos, pois apesar de a natureza não precisar do homem, o homem precisa da natureza para sobreviver.