Pobreza Menstrual.

Em sua obra ”O Cidadão de Papel”, o célebre escritor Gilberto Dimestein disserta acerca da inefetividade dos direitos constitucionais, sobretudo, no que se refere à desigualdade de acesso aos benefícios normativos. Diante disso, a conjuntura dessa análise configura-se na atual realidade brasileira, haja vista que o acesso aos absorvente, no país, ainda não é democrático.

Sob esse viés, é importante ressaltar que essa realidade se deve, essencialmente, à falta de recursos financeiros, a censura social sobre o assunto e à falta de acesso a produtos para manter uma boa higiene no período da menstruação. Nesse sentindo, segundo o Contrato Social – o proposto pelo contratualista John Lock, cabe ao Estado fornecer medidas que garantam o bem-estar coletivo. Logo, é importante que caminhos sejam pensados a fim de que todas as mulheres tenham acesso à saúde menstrual.

Desse modo, se higienizar corretamente durante o período é essencial, mas a maioria das mulheres  que não tem acesso à um absorvente íntimo, fica claro que não possuem uma renda favorável. Com isso, uma parcela expressiva de mulheres são excluídas dessa atividade social, o que, além de evidenciar o contexto discutido por Gilberto Dimestein, vai de encontro ao Contrato Social. Desse modo, políticas públicas eficazes tornariam possível maior acesso ao direito social e de saúde, garantido pela Magna Carta de 1988, por meio de absorventes.

Portanto, para a efetiva democratização do acesso aos absorventes no Brasil, é importante que o Governo Federal, desenvolva estratégias para que não haja mais pobreza menstrual. Isso através de projetos educacionais para que meninas conheçam o seu próprio corpo e o ciclo menstrual. E que possam realizar campanhas para incentivar as pessoas a doarem absorventes para mulheres de baixa renda. Dessa forma, poder-se-ia atenuar a desigualdade discutida por Dimestein.

 

Me deem uma nota, por favor!!!