Pandemia e desemprego no Brasil

Muito se discute acerca do abalo provocado pela decorrência da COVID-19 na taxa de desemprego do Brasil. Segundo levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil encerrou o mês de novembro de 2020 com um contingente de 14 milhões de desempregados, aumento de 2% frente a outubro (13,8 milhões), e de 38,6% desde maio (10 milhões), quando começou a série da pesquisa. Diante disso, é exigido cuidadosa análise acerca das mazelas sociais decorrentes da falta de trabalho e das causas do problema.

Em primeira análise, a necessidade de isolamento social como tentativa de conter o avanço do coronavírus é considerado um dos motivos para a elevação no número de desocupações. Outrossim, restrições impostas à atividades econômicas aderidas à queda nas rendas familiares, além de adiamento de investimentos e projetos empresariais também foram fatores contribuintes para o aumento da taxa de brasileiros desempregados.

Em segunda análise, a desistência da busca por vagas é outro fator acentuado, já que muitos brasileiros deixaram de procurar emprego não apenas pelo desalento, mas também para não sair de casa em meio à pandemia.

Diante disso, a urgência da situação requer a adoção de políticas públicas de emprego e transferência de renda para proteger os trabalhadores que vivem na informalidade enquanto as atividades estiverem paralisadas. A longo prazo, o país precisa de uma política de desenvolvimento que implique o abandono da austeridade fiscal e o aumento dos gastos em programas sociais já existentes, no sentido de proteger milhões de trabalhadores que vivem na informalidade e residem em comunidades ou assentamento. Além de criar postos de trabalhos, as ações realizadas nessa área poderão reduzir os riscos e as ameaças relacionados a padrões mínimos de higiene e salubridade nas comunidades carentes.