Padrões de Beleza

Na obra “Alegoria da Caverna de Platão”, há a descrição de situações em que pessoas se recusavam a observar a verdade em virtude do medo de sair de sua zona de conforto. Fora da alusão, a realidade brasileira caracteriza-se com a mesma problemática no que diz respeito aos padrões de beleza na sociedade contemporânea que concretizam a cada dia. Diante do exposto, observa-se a perpetuação do problema, tanto pela influência midiática, quanto pela negligência estatal.

É relevante abordar, primeiramente, que a mídia é uma plataforma que contribui fortemente para a concretização de tal quadro. De acordo com o contexto histórico da Revolução Técnico Científica, houveram grandes avanços tecnológicos que auxiliaram no desenvolvimento de várias áreas do conhecimento, em destaque, os meios de comunicação. Sendo assim, os aprimoramentos nas redes digitais, onde há o fluxo de compartilhamento de diversos conteúdos e o contato entre as pessoas, propagam a questão da rotulação, onde as pessoas são coagidas a agir de acordo com os padrões que são intitulados como ideais para ser aceito em uma sociedade. Portanto, medidas são necessárias para atenuar a questão em debate.

Ademais, é licito postular, que o descaso do Estado também é um fator que corrobora a problemática. De acordo com a Constituição de 1988, em seu artigo 6, é dever do Estado garantir a todos os indivíduos o direito à saúde e à segurança. Entretanto, é irrefutável que o que ocorre na prática é justamente o contrário do que foi proposto, pois os indivíduos estão sendo mais expostos nesse contexto, sendo influenciados por essa nova geração. Além disso, a saúde é colocada em segundo plano e, o que se torna melhor é se vestir de acordo com a moda ou diminuir alguns quilogramas para ter o corpo perfeito e ser aceita no grupo de amigos, vivendo em uma verdadeira bolha social. Sendo assim, soluções devem ser elaboradas para resolver o impasse.

Depreende-se, portanto, que os padrões de beleza são prejudiciais à sociedade e necessitam de mais atenção. Em virtude disso, faz-se necessário que o Ministério da Saúde, exponha os diversos riscos sofridos ao se expor aos rótulos sociais, por meio do acompanhamento, além de campanhas e palestras. Ademais, é dever do Ministério da Educação-MEC, desenvolver o pensamento crítico das pessoas acerca da problemática, isso pode ser feito a partir de aulas interdisciplinares de sociologia, onde o tema será fortemente a fim de impedir que várias pessoas sejam influenciadas. Dessa forma, é indubitável que os fortes laços traçados entre os padrões de beleza possam ser rompidos e a sociedade possa ser liberta da grande bolha social, saindo da zona de conforto vivenciada assim como na obra de Platão.