Os principais entraves para a redução das queimadas no Brasil // Modelo ENEM

No século XV, com as grandes navegações, houve a “descoberta” do Brasil pelos portugueses, o que os permitiu terem acesso a recursos valiosos para época, como o pau-Brasil, ascendendo ao extrativismo compulsivo de modo a prejudicar o meio ambiente. Hodiernamente, paralelamente ao fato histórico, ainda há ações antrópicas que interferem negativamente na natureza, como as queimadas que se propagam comumente pelo Brasil gerando muitas discussões acerca. Assim, é necessário analisar os principais reptos que dificultam a redução das queimadas pelo país, a citar: a expansão agrícola e a insuficiência estatal.

Primariamente, vale ressaltar que o avanço do agronegócio participa ativamente na conjuntura do entrave. Em consonância aos pensamentos do filósofo Sêneca, toda a natureza é insuficiente perante a ganância. Nesse exegese, as indústrias agropecuária visando o lucro e a produtividade, expandem o território por meio de queimadas para que possam abrir espaço para o plantio e criação de gados. Entretanto, devido a condições climáticas, o fogo se descontrola e avança mais do que o necessário, configurando na perda maior de matas e em consequências negativas na flora e fauna, como a diminuição da biodiversidade de plantas e animais. Logo, é notório o quão desagradável pode ser a expansão de práticas agrícolas sem qualquer controle rígido.

Ademais, é importante salientar que a negligência governamental atua como agravante do impasse. O documentário “Cowspirancy” expõe diversos problemas ambientais gerados pelas queimadas, as quais muitas poderiam ser evitadas pela participação maior de órgãos estatais. Sob esse viés, no Brasil, há uma grande fragilidade nas fiscalizações de áreas sob controle do agronegócio, principalmente pelo fato do país ter como fonte econômica as atividades desenvolvidas pela mesma. Não obstante, também há a bancada ruralista, ou seja, uma frente parlamentar que atua em prol dos interesses agrícolas, o que reforça em incentivos que queimadas continuem acontecendo. Portanto, a falta de ações estatais eficientes visando interesses econômicos promovem dificuldades para que as queimadas atenuem.

Dessarte, é imprescindível a adoção de medidas para resolucionar o impasse. Para isso, urge ao Governo federal e ao Ministério da agricultura – órgão responsável pela conservação e administração de recursos ambientais – por meio de recursos públicos e iniciativas privadas, a criação de leis e em fiscalizações rígidas quanto a expansão agrícola a fim de reduzir o impacto ambiental causado pelas queimadas. Além disso, cabe ao Ministério da educação, por meio de palestras e cartilhas, a conscientização de jovens nas escolas para gerar pessoas mais críticas em relação aos problemas ambientais. Só assim será possível que eventos ambientais negativas ocorram como a exemplo do da “descoberta” do Brasil.