Os limites entre estética e saúde

O filme “O Mínimo Para Viver” aborda, como tema central, a jornada de uma jovem anoréxica dentro de uma casa com outras pessoas portadoras de distúrbios alimentares, que são, em sua grande maioria, despertados a fim de alcançar os ideais de beleza impostos pela sociedade. Dessa forma, jovens procuram cumprir com os ideais citados anteriormente e acabam cruzando os limites entre o saudável e a estética. Assim, percebe-se que, visando adequar-se ao padrão de beleza, as pessoas podem desenvolver distúrbios como anorexia ou bulimia, ao procurar por “mágicas” e métodos criados anteriormente com fins à saúde, procurando a felicidade como consequência, mas ela não está: nem em grandes músculos, nem na magreza.   

Primeiramente, entende-se que não somente os jovens, mas principalmente eles, tendem a buscar por formas de driblar o esforço físico necessário, a fim de alcançar com maior rapidez o corpo desejado, logo, não há forma de abordar a relação entre a saúde e a estética, sem tratar-se da falta de vontade dos indivíduos em esforçar-se visando seus objetivos. Por consequente, cirurgias que deveriam ser usadas com fins relacionados a saúde são cada vez mais normalizadas na sociedade brasileira, como também, drogas são injetadas ou ingeridas como se fossem água, externamente, tudo parece belo, e os resultados são alcançados com facilidade, mas internamente, essas substâncias podem causar graves riscos, inclusive a morte, aos seus usuários

Ademais, vê-se que a felicidade não está nos corpos sarados e sem gorduras, muito menos na obesidade mórbida e seus riscos causados aos cidadãos, a felicidade concentra-se no equilíbrio entre os extremos, este por sua vez, deve ser o ideal de beleza e saúde. Afinal, segundo o filósofo Aristóteles, a felicidade não está: nem no extremo excesso, e muito menos na extrema carência, ela encontra-se no meio termo entre eles.

Logo, é dever do estado e da sociedade romperem com o errôneo ideal de beleza. Portanto, o Congresso Federal brasileiro deve, por meio de um projeto de lei, dificultar o acesso aos medicamentos usados com finalidade estética, bem como, o Ministério da Saúde deve elaborar campanhas a fim de conscientizar a população sobre o risco de medicamentos e cirurgias desnecessárias. Assim sendo, haveria a necessidade de uma receita médica para ter acesso a drogas de cunho estético, como anabolizantes, e finalmente, a sociedade brasileira tornar-se-ia mais harmônica a partir do momento em que os interesses individuais de cumprir a padrões de beleza não estiverem acima da saúde de seus componentes.