Os limites da cultura do cancelamento no meio virtual

“Tornou-se chocantemente óbvio nossa tecnologia ter excedido nossa humanidade”, afirmação de Albert Einstein, físico alemão, que destaca o quanto os meios tecnológicos têm ocupado espaço no meio social. Consoante a isso, o crescimento da Internet trouxe também certos problemas, entre eles, a cultura do cancelamento no meio virtual e seu limite. Desse modo, o uso das redes sociais por pessoas incapacitadas e incongruentes e a má aplicação das leis nesse ambiente corroboram a problemática no Brasil hodierno.

Diante desse cenário, o uso das redes sociais por pessoas inaptas, como crianças e adolescentes incongruentes dificultam a resolução do impasse, uma vez que não dispõem de maturidade suficiente para lidar com os acontecimentos da Internet, sejam como vítimas da cultura do cancelamento, sejam como os “canceladores”. De acordo com o filósofo grego Pitágoras, “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens”, frase que, facilmente, tem aplicação no contexto do meio virtual atual. De maneira análoga, a carência de conhecimento dessas crianças e adolescentes, tanto por falta de alerta da família quanto da escola e sociedade em geral, faz com que elas exerçam atitudes inadequadas sem ter noção do perigo, como difamar e ofender outros indivíduos.

Outrossim, no Brasil, há a existência de leis que apresentam punição para crimes cometidos no meio tecnológico, como a Lei de Crimes Cibernéticos, que entrou em vigor em 2012 após a atriz Carolina Dieckman ter fotos íntimas vazadas na Internet. No entanto, ela ainda é mal aplicada e tem apresentado poucos resultados, principalmente, quando se trata da cultura do cancelamento no meio virtual. Além disso, os principais “canceladores” da Internet, mais uma vez crianças e adolescentes ou até mesmo adultos, muitas vezes desconhecem a existência de um crime nessa prática da difamação no chamado “ciberespaço”, aumentando ainda mais a gravidade do problema.

Portanto, cabe ao Ministro da Educação promover palestras nas escolas, por meio da contratação de especialistas, que alertem não só os jovens sobre a necessidade de usar as redes sociais de forma consciente, mas também a família desses jovens, a fim de diminuir a incongruência dos usuários no meio virtual. Ademais, o Ministério da Justiça deve concretizar a aplicação da Lei de Crimes Cibernéticos, por meio de supervisão por profissionais na Internet, que notifique as pessoas sobre as possíveis punições a serem sofridas, com o intuito de reduzir os limites da cultura do cancelamento no meio virtual.