Os impasses para inclusão educacional de cegos

Consoante à autobiografia de Dorina Nowill, grande filantropa e ativista brasileira pela inclusão socioeducacional de cegos, é evidenciada a superação em detrimento de sua adversidade visual, que a fez lutar de forma coletiva nessa questão. No entanto, observa-se na realidade contemporânea uma progressão oposta desta conjuntura, no que concerne aos empecilhos para inclusão educacional de cegos no brasil. Nesse sentido, é possível preconizar que o problema é complexo e está atrelado à inépcia governamental, bem como a banalização da questão pela sociedade.

Em primeira análise, é imperioso postular que a ausência de mecanismos públicos efetivos, por parte do governo, é de suma importância para o encadeamento do problema. Nesse viés, pode-se apontar a passividade do Ministério da Educação em não investir adequadamente em professores capacitados para lidar com os deficientes visuais, além de pouco difundir o braile nas escolas e políticas de inclusão ao deficiente. Dessa forma, o estado rompe com o pensamento do filósofo contratualista Thomas Hobbes, que defende que o estado é responsável pelo bem estar da sociedade.

Outrossim, a questão encontra terra fértil na frivolidade por parte das pessoas, que agem como se os portadores de deficiência fossem insuficientes de coexistir no meio social, estudando ou desempenhando uma profissão. De fato, tal atitude se relaciona ao conceito de banalidade do mal trazido por Hannah Arendt, bem como a ditadura do relativismo proposto pelo papa Bento XVI. Ambos os conceitos retratam a tolerância e normalização do que é antiético, contrariando a alteridade. Um exemplo disso é a discriminação contra os surdos nas faculdades, escolas, ambientes de trabalho, mantendo o deficiente à margem de seus direitos. Logo, é factual coibir a padronização deste pensamento.

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias com fito de coibir o problema. Destarte, cabe ao Ministério da Educação em consonância com as escolas públicas e privadas, realizar campanhas educacionais para promover a formação educacional dos cegos, tendo auxílio de especialistas no assunto que poderão promover palestras. Além disso, tal campanha não deve se limitar somente aos alunos, e com apoio da mídia deve ser aberta à comunidade a fim de que mais pessoas compreendam questões relativas ao problema mencionado, e se tornem sujeitos mais atuantes. Pode-se também criar uma Hashtag em redes sociais, que coíbam a banalização da questão. Tais medidas contribuirão para continuação do trabalho que Dorina Nowill realizou incansavelmente.

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