OS IMPASSES DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL (ENEM)

De acordo com Immanuel Kant, a relação sujeito-objeto é fundamental para a construção do conhecimento, da mesma forma a interação do aluno com sua própria educação amplia o desenvolvimento estudantil. Porém, no Brasil, essa participação aprendiz é, erroneamente, marginalizada, pois a arcaica estrutura educacional não permite a efetivação da reforma do ensino médio. Desse modo, tal problema é potencializado pelo afastamento professor-aluno na educação e pela mecanização do ensino escolar.

Em primeiro plano, as escolas, ao apenas transferirem conteúdos para os alunos, produzem uma maléfica hierarquia educacional, porque separa professores e aprendizes. Assim, essa pirâmide do ensino diverge do livro ‘’Pedagogia da Autonomia’’ de Paulo Freire, o qual propõe que a construção do conhecimento é realizada de forma dialética, isto é, necessita da interação professor-aluno. Dessa forma, a ausência de aulas dinâmicas, no que se refere à participação do aprendiz em sua educação, amplia o impasse da reforma educacional, pois a submissão do aluno não permite a construção da aprendizagem.

Somado a isso, a mecanização social também expõe o entrave das mudanças educacionais, pois como defendido por Michael Foucault, as instituições escolares sustentam a sociedade disciplinar, ou seja, a exclusão de reformas fundamenta a mecanização. Logo, a rígida estrutura escolar não consegue expandir as potencialidades do aluno, uma vez que a robotização educacional apaga, tristemente, a heterogeneidade dos indivíduos. Dessa maneira, é notório  que o descarte de mudanças na educação pressupõe a terrível destruição dos alunos.

Percebe-se, portanto, que a resolução desses impasses é vital para o desenvolvimento educacional. Dessa forma, o Ministério da Educação, ao estabelecer medidas cooperativas com as secretarias municipais de mesmo setor, deve ampliar e efetivar a interação professor-aluno na construção do conhecimento. Essas ações serão realizadas por meio da inserção de aulas dinâmicas- no que se refere ao diálogo participativo dos alunos em contraposição à mecanização institucional- além do incentivo às individualidades estudantis. Tais medidas possuem a finalidade de minimizar os entraves da reforma do ensino médio e ampliar o progresso estudantil.