No livro “Tempestade” de Ernest Hemingway, é retratada a descoberta, feita por um náufrago, de duas ilhas irlandesas escondidas entre as tormentas que atingem o Atlântico Norte: Mondale e Siradale. Ao longo da trama, a narrativa revela um traço peculiar da “vida econômica” desses lugares: o primeiro dispõe de longos campos de cevada, assim como o último, mas não possui o maquinário necessário para transformá-la em bebida alcoólica, enquanto a outra ilha tem tais meios produtivos, o que faz com que esta domine a venda desse produto na região. Fora da ficção, fica claro que a realidade apresentada no livro pode ser relacionada àquela do Brasil: a desindustrialização causa impactos socioeconômicos negativos no desenvolvimento do país.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a falta de efetivação do setor industrial brasileiro gera efeitos nocivos na economia nacional. Durante o período do segundo império, pode-se notar que as autoridades reais ambicionavam trazer para o país o modelo produtivo inglês, composto por diferentes tipos de fábricas. Entretanto, a partir da proclamação da república, em 1889, governos positivistas, em conjunto com grandes latifundiários, passaram a emitir políticas públicas que promoviam o agronegócio e o primeiro setor, ao mesmo tempo em que inviabilizavam o crescimento das indústrias tupiniquins. Tal fenômeno fez com que o Brasil ficasse dependente de outros países mais desenvolvidos, no que tange ao segundo setor e ao consumo de produtos manufaturados e maquinofaturados, também dando origem a um desequilíbrio na balança comercial brasileira, ou seja, o país tende a importar mais nessa área.
Consequentemente, todo o abalo econômico proveniente da desindustrialização territorial converte-se em prejuízos no tecido social vigente. A partir do momento em que, no Brasil, há poucas atividades voltadas para o segundo setor, concentrado na Zona Franca de Manaus e no Sudeste, as oportunidades de trabalho e emprego voltam-se em direção ao agronegócio e ao extrativismo, tanto vegetal quanto mineral. Paralelamente, essas áreas da economia vão sofrendo saturação empregatícia, ou seja, os postos de trabalho se tornam raros e o desemprego no país aumenta, pois os serviços e as atividades ligadas a ele não são muito desenvolvidas. Outro problema social originado do baixo incremento industrial brasileiro é o aumento das taxas de escravidão compulsória em todo o território, entrave relacionado à falta de oportunidades melhores, fazendo com que as pessoas sofram a perda das dignidades laborais e físicas. Segundo o censo de 2010 do IBGE, 12% dos trabalhadores vivem em situação análoga à escravidão no Brasil.
Portanto, é mister que sejam tomadas providências para amenizar o quadro atual. Para promover a industrialização tupiniquim, iniciada apenas nos anos 60, e tornar o país independente no que concerne ao segundo setor, urge que o Ministério da Infraestrutura implemente, por meio da construção de estradas e malhas ferroviárias, condições para que sejam desenvolvidos diversos tipos de complexos fabrís em toda a nação. Não só, o Ministério do Trabalho deve criar, mediante parcerias com órgãos executivos municipais, ações que investiguem a existência de trabalho escravo nas regiões e montem programas para auxiliar pessoas sem emprego, a fito de combater relações trabalhistas criminosas e o desemprego. Somente assim, será possível deixar de ser uma “Mondale”.
Laura Bianchi
2° parágrafo:
tipos de… (Sugestões: apagar, categoria de)
Maquinofatura( sugestões: maquino faturados)
3°parágrafo:
A partir do movimento em que, ( sugestões: desde,quando
Pois os (pois, os)
ele não são ( ele não é)
4° parágrafo:
Mister ( ‘mister’)
Fabrís ( fabris ou fabros)
Nota: 920
Mauricio Silva
Boa argumentação e estruturação do texto. Porém, tente deixar claro seus argumentos do segundo e terceiro parágrafo logo na introdução. Uma dica seria diminuir um pouco a descrição da alusão ou citação como colocou, de forma a caber sua tese e os dois argumentos. Outra dica seria usar outro conector no terceiro parágrafo, ao invés de consequentemente, pois dessa forma dá a ideia de continuação do mesmo assunto abordado no parágrafo anterior.
1. Domínio da escrita formal da língua portuguesa: 200
2. Compreender o tema e não fugir do que é proposto: 200
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: 160
4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: 200
5. Proposta de intervenção em respeito aos direitos humanos: 200
Nota: 960