Os impactos da propaganda no Brasil contemporâneo

No século vinte, a propaganda foi um instrumento crucial para Adolf Hitler, ditador alemão, obter apoio em massa para o estabelecimento do Terceiro Reich e supremacia branca no país. Analogamente, no Brasil hodierno, a indústria continua buscando formas de utilizar a publicidade para persuadir os indivíduos. Todavia, os impactos causados pela propaganda e, consequentemente, pelo consumo exacerbado atravessam, de maneira negativa, os âmbitos sociais e ambientais. 

Sob esse viés, vale ressaltar a influência dos anúncios por parte da Indústria alimentícia na percepção da sociedade brasileira do que é saboroso. Nesse contexto, as propagandas usam do artifício da felicidade instantânea ao ingerir os alimentos, geralmente lanches excessivamente calóricos, além da utilização de imagens e cores que chamam a atenção do espectador, visando atrair, subconscientemente, consumidores para aquele produto. Por conseguinte, esse incentivo por parte da indústria da alimentação resulta em um aumento das taxas de obesidade, que segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afeta de forma incisiva a população brasileira, visto que 50% dos indivíduos estão acima do peso. 

Outrossim, é de suma importância destacar os impactos ambientais gerados pelo sugestionamento da publicidade que, por consequência, resulta no consumismo. Ademais, a atividade industrial eletrônica, por exemplo, utiliza como estratégia para aumento de compras a obsolescência programada, na qual o produtor, propositalmente, desenvolve um produto de forma que se torne não funcional após alguns anos, almejando que o consumidor compre uma nova versão do mesmo utensílio posteriormente. Tal estratégia gera uma exacerbada gama de lixo eletrônico, que se descartado incorretamente, acarreta diversos danos ao meio ambiente, como a incidência de metais pesados no solo e em águas subterrâneas. 

Portanto, é notória a importância de um controle envolvendo os impactos causados pela propaganda e pelo consumo exacerbado que ela reproduz. Dessa forma, cabe ao Ministério da Saúde, juntamente ao Ministério do Meio ambiente, por meio de parcerias com emissoras de qualquer tipo de comunicação, um maior monitoramento de propagandas incisivas que buscam persuadir o público ao consumo não-saudável, contando com a presença de publicitários para avaliar o grau de incisão de cada anúncio. Por conseguinte, essa ação tem seu objetivo fundamentado na busca pela preservação do meio ambiente para saúde dos brasileiros devido a diminuição dos índices de obesidade no país. Somente assim impasses e tragédias ocorridas com o uso da propaganda como instrumento, por exemplo o estabelecimento do Terceiro Reich, serão plenamente evitadas.