Os entraves da educação a distância durante a paralisação escolar

“O Brasil é um país do futuro”, disse Stefan Zweig em uma de suas primeiras viagens a nação. No entanto, quando se depara com os entraves da educação a distância durante a paralisação escolar, percebe-se que a profecia não saiu do papel. Desse modo, é necessário a análise da problemática, haja vista a falta de investimentos por parte do Estado e a desigualdade quanto ao acesso a internet.

Em primeira análise, cabe citar que a Revolução Francesa,a partir da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, inaugurou um processo que levou a universalização das liberdades individuais e dos deveres sociais. Contudo, o poder estatal, pela falta de investimentos públicos, carece no desenvolvimento de recursos para a efetivação do ensino digital. Logo, ele é dissonante de princípios humanos constituídos antes da contemporaneidade, o que representa, sobretudo, uma das causas do problema.

Além disso, deve-se destacar a desigualdade social existente no país. Essa assimetria é vista, principalmente, no que se refere ao acesso a internet, algo essencial na utilização de plataformas virtuais para a formação educacional. Essa situação acaba provocando uma distinção populacional, de forma a oprimir as pessoas que não usufruem desse serviço. Esse cenário é exemplificado pelo filme “O Expresso do Amanhã” em que a ficção retrata um futuro apocalíptico, que faz alusão a pirâmide social, com um número restrito de pessoas no topo.

Infere-se, portanto, a necessidade de intervenção dos gestores políticos, associados ao Ministério da Educação, por meio do uso de verbas governamentais para criação de sites e aplicativos gratuitos, que auxilie no aprendizado dos jovens prejudicados pela suspensão das aulas. Além disso, deve haver a implantação de uma rede de internet acessível a todos, a fim de amenizar esses entraves, promovendo uma maior igualdade e melhorando o ensino online.