Os empecilhos para a doação de órgãos no Brasil

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A série de televisão brasileira “Sob Pressão”, é ambientada em um hospital público referência do Rio de Janeiro. Em determinado episódio, uma jovem paciente precisa urgentemente de um transplante de rim, entretanto, a escassa infraestrutura hospitalar impede que ele ocorra com eficiência, já que o local não é capacitado para esse tipo de cirurgia. Fora da ficção, uma situação não muito diferente acontece atualmente no Brasil, em que a falta de infraestrutura nas redes de Saúde Pública acaba por ser um empecilho na doação de órgãos no país, que aliado à crescente desaprovação das famílias dos doadores, corrobora com tal impasse.
Em primeira análise, é prudente ressaltar que a doação de órgãos é de suma importância, podendo salvar diversas vidas. Porém, a falta de informação acerca do assunto, acaba sendo impulsionadora da desaprovação das famílias dos possíveis doadores, visto que na legislação brasileira, os familiares possuem soberania na decisão dessa questão. Nesse panorama, de acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 48% de tal instituição chega a consolidar a doação dos órgãos do parente. Isso se dá, pois ainda há uma demasiada desinformação referente ao abordado, uma vez que a maioria das escolas brasileiras não costumam dissertar sobre a morte encefálica, que é irreversível, gerando uma sociedade menos informada e seguidora de tabus.
Outrossim, a concentração dos hospitais e profissionais capacitados em transplantes, nas regiões como Sul e Sudeste, em aliança à uma rede de Saúde desestruturada, agrava ainda mais o problema. Segundo o portal G1, enquanto em regiões, como as citadas anteriormente, possuem cerca de 20 equipes médicas especializadas nessas cirurgias, outras, como Norte e Nordeste, carecem desses recursos. Em decorrência disso, as filas de espera por órgãos continuam crescendo em todo o território nacional, porquanto os hospitais não descentralizam-se pelo país, muitas pessoas acabam morrendo sem ao menos serem operadas.
Portanto, é necessário que medidas sejam tomadas para que o problema seja solucionado. Urge que, o Governo Federal, tendo o maior poder no país, amplie a quantidade de verbas destinadas à Saúde Pública, as usando para a construção de Centros Capacitados em Transplante de forma homogênea por todo o Brasil. Espera-se com isso, descentralizar esses hospitais, diminuindo o desperdício de órgãos e subtraindo o número de pessoas nas filas de espera. Além disso, as escolas – públicas e privadas- devem abordar esse tema nas aulas de Ciências Biológicas, levando informação a todos desde a infância, afim de acabar com a desaprovação das famílias. Somente assim, a situação vivenciada em “Sob Pressão”, deixará de ser uma realidade brasileira.

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2 Correções

  1. Boa tarde.
    A estrutura e a ideia central do seu texto está ótima.
    Não notei erros de gramática e nem de ortografia.
    Seus argumentos são bem articulados e coerentes.
    Adorei a introdução fazendo referência a “sob pressão”, ótimo gosto a propósito haha.
    Sua redação está digna de uma ótima nota, continue assim… Abraços e boa sorte nos estudos

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  2. Olá, tudo bem?
    Eu adorei a sua redação, abordou muito bem o assunto e problematizou de forma espetacular o seu ponto de vista. Ta de parabens. Eu só achei o primeiro desenvolvimento um pouco confuso. “Porém, a falta de informação acerca do assunto, acaba sendo impulsionadora da desaprovação das famílias dos possíveis doadores, visto que na legislação brasileira, os familiares possuem soberania na decisão dessa questão. ” Tive que reler esse trecho algumas vezes, o periodo “impulsionadora da desaprovação” não “combinou” com o paragrafo. Se usasse “… acaba aumentando o numero de desaprovação por grande parte das familias…” acredito que ficaria melhor.
    Enfim… 920 pra voce, meu caro.

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