OS EFEITOS DA FALTA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA

A Constituição Federal de 1988 estabelece que um meio ambiente preservado é direito de todos e de responsabilidade estatal e social. Contudo, a análise de desastres ambientais recentes, como o rompimento da barragem em Mariana, no ano de 2015, reintegra a dificuldade brasileira no âmbito da proteção ecossistêmica. Nesse viés, convém avaliar tal quadro, o qual promove não apenas a destruição da biodiversidade nacional, como também a intensificação de mudanças climáticas.

A priori, é válido ressaltar que o desmatamento na Amazônia foi agravado pela redução de fiscalização ambiental em função do isolamento social, provocado pela pandemia de coronavírus. Consoante dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Ambientais), a devastação amazônica aumentou 34% em relação ao mesmo período de 2019. Por conseguinte, o número de espécies ameaçadas de extinção tende a subir, uma vez que o habitat natural dos bichos foi abalado, suscitando graves danos à biodiversidade brasileira. Sob esse prisma, pode-se citar o conceito de ética ambiental, proposto pelo filósofo Peter Singer, o qual manifesta o dever da sociedade em assumir uma postura moral em relação ao meio ambiente, respeitando todas as formas de vida na Terra.

A posteriori, é fato que a falta de preservação ambiental está diretamente relacionada às mudanças climáticas vigentes. De acordo com a organização não governamental WWF, as transformações no uso do solo e o desmatamento fazem o Brasil ser um dos líderes mundiais em emissão de gases de efeito estufa. Dessa forma, ainda que o país tenha sediado eventos como a ECO-92, a qual moldou ações com o objetivo de proteger o meio ambiente, não tem sido bem-sucedido na supressão dos impasses ecológicos. Assim, tal cenário representa um panorama preocupante, visto que evidencia uma real ameaça não só à sociedade atual, como também às gerações vindouras.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Urge que o MEC (Ministério de Educação e Cultura), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, promova, por meio de verbas governamentais, palestras em instituições educacionais de nível fundamental e médio, as quais devem ser ministradas por ativistas e ambientalistas, a fim de incentivar o debate acerca da primordialidade de uma efetiva proteção ambiental. Tais palestras devem estar também disponíveis nas redes sociais dos ministérios, para que alcancem um maior público. Somente assim, a sociedade brasileira terá seu direito previsto pela Constituição efetivado.