Os Desafios Para Melhorar o Saneamento Básico do Brasil

No livro “Tietê Presente e Futuro”, Carlos Tramontina descreve a realidade vivida por moradores ás margens de um rio poluído, sem saneamento básico adequado. Outrossim, esta situação é corriqueira para muitos brasileiros, em razão da falta de um plano governamental que considere a qualidade de vida da população em geral, e da má distribuição de recursos no país.
Em primeira instância, é válido considerar que no Brasil, não há uma planificação vigente para atender a demanda social inteira, pois, dados de 2019 levantados pelo Instituto Trata Brasil apontam que 48% dos cidadãos, não têm sequer coleta de esgoto em seus municípios. Através dessa informação é possível concluir que, embora existam programas governamentais como Saneamento Brasil Rural e Saneamento Para Todos, estes não alcançam porcentagem considerável da sociedade, tornando necessária a criação de um novo.
Ademais, segundo o filósofo Pitágoras, é possível fazer tudo de modo profícuo com tempo e organização. No entanto, o âmbito brasileiro foge a essa perspectiva porquê possui um déficit de planejamento, enraizado pelos inúmeros conflitos históricos de corrupção política, os quais são de conhecimento geral e acarretaram no compartilhamento desigual de renda, e por esse motivo, muitos cidadãos não têm condições de financiarem serviços privados que lhes prestem tratamento de água e esgoto.
Sob este viés, o Ministério da Infraestrutura e o Ministério da Economia, podem adotar um plano estratégico similar ao Balanced Scorecard, no qual cada município receba uma pontuação acerca da qualidade do saneamento básico, e aqueles com menos pontos, devem receber serviços rapidamente. Esta planificação pode ser feita com a aplicação do capital público e deve pontuar o país inteiro, assim, poder-se-á amenizar a precariedade do saneamento básico, proporcionando melhorias a todos os cidadãos, inclusive aqueles do Tietê, citados por Carlos Tramontina.