Os desafios para inclusão de pessoas com autismo no Brasil

A série ‘’The Good Doctor’’ retrata as dificuldades enfrentadas por um jovem medico com autismo que passa por diversos momentos de preconceito durante sua vida. Além de ainda precisar provar sua capacidade a seus colegas. De maneira análoga ao seriado, observa-se um grande impasse na inclusão social de autistas no Brasil. Diante disso, pode-se analisar como agentes decisivos para tal situação: a desinformação e a falta de qualificação adequada dos profissionais da educação.

 

Em primeira análise, evidencia-se, que a falta de informação constitui um dos principais entraves para a inclusão dessas pessoas na sociedade. Apesar dos estudos e avanços científicos, ainda há muito do que se descobrir sobre o autismo, por exemplo, a sua causa ainda é desconhecida. Ademais, pouco se fala sobre o assunto no meio midiático, além de que é possível encontrar também noticiais falsa. Pode-se citar como exemplo, a publicação de um médico na revista ‘’Lancet’’ em 1998, onde ele diz que crianças teriam desenvolvidos comportamentos autistas após uma vacinação. Essa afirmação foi negada anos depois pelo Instituto de Medicina dos EUA. Em vista dos fatos apresentados, tudo que é desconhecido causa medo, e como consequência, isso alimenta o preconceito e a dificuldade da inclusão social.

 

Em segunda análise, é imperativo pontuar que a inclusão de autistas é lei. A medida faz com que os autistas passem a ser considerados oficialmente pessoas com deficiência, tendo direito a todas as políticas de inclusão do país, inclusive a educação. Porém, a falta de capacidade técnica do corpo docente nas escolas é um dos entraves para a educação e socialização das crianças autistas. Normalmente, essas crianças são acompanhadas por um orientador terapêutico na sala de aula, entretanto, não se deve promover essa substituição. Quando se entende que um profissional desse é necessário na escola, o trabalho deve ser complementar, sem que isso diminua a responsabilidade do professor. Nesse sentido, é importante que o professor compreenda que o aluno autista processa as informações de maneira diferente, pode ser mais sensível ao barulho e etc. Cada uma dessas especificidades exige adaptações para ambos.

 

Portanto, diante dos fatos apresentados, é inegável que medidas precisam ser tomadas para a inclusão de autistas no corpo social. Posto isso, é necessário que o Ministério da Educação promova campanhas para informar melhor a população sobre esse transtorno, e deve, também, alia-se à mídias de grande acesso para que sejam divulgadas informações verídicas sobre o assunto. Cabe também, aos cidadãos terem um olhar crítico antes de acreditar e sobretudo antes de passar informações para frente, a fim de minimizar o preconceito existente. Além disso, é preciso que o Estado, por meio do Ministério da Educação proporcione mecanismos de qualificação dos profissionais de educação, com treinamentos, palestras e orientações sobre como proceder com alunos com esse transtorno, para que, assim, eles possam se desenvolver e viver em sociedade. Dessa maneira, o que é enfrentado pelo médico de ‘’The Good Doctor’’, deixe de ser uma realidade na sociedade.