Os desafios no combate à ansiedade.

Diferentemente do que uma parte da população acredita, a ansiedade é um sentimento normal à espécie humana, porém o seu excesso torna-se uma doença, o chamado transtorno de ansiedade, o qual afeta 18 milhões de brasileiros, segundo a OMS. Esse transtorno engloba outros, como a fobia social e ataques de pânico. Portanto, a ansiedade de forma demasiada apresenta-se como um problema para o corpo social. Todavia, o combate a essa tribulação enfrenta alguns desafios, como a exorbitante autocobrança das pessoas e a falta de busca por ajuda médica.

Por conta do alto grau de competição em campos como o mercado de trabalho ou âmbito estudantil, a ansiedade eleva-se, já que a autocobrança está constantemente presente. Como mostra um estudo realizado na Universidade Católica de Campinas, cerca de 33% dos estudantes apresentam algum tipo de ansiedade severa, geralmente citada como “ansiedade de provas”, por Seymour Sarason, reputado psicólogo. Dessarte, a população, infelizmente, acostuma-se aos fortes sintomas da ansiedade e não busca tratamento, pois há uma normalização desse fenômeno, fortificada pela competitividade.

Logo, por causa dessa normalização, o negacionismo relacionado à busca de ajuda médica torna-se um importante obstáculo ao confrontamento da ansiedade, principalmente em um contexto no qual a internet é presente. De acordo com a revista Veja, as pesquisas no Google sobre “crises de ansiedade” aumentaram 5000%, em 2020, no território brasileiro. Demonstrando, assim, o lastimável costume do autodiagnóstico feito pelos cidadãos, por meio da internet, que permite um afastamento da procura por profissionais, impedindo um tratamento adequado e eficiente do quadro da ansiedade.

Então, para que esses desafios sejam superados, é necessário que o Ministério da Saúde e o da Educação criem um programa nacional de saúde mental. Esses são órgãos responsáveis pelas ações de promoção da saúde individual e coletiva, e pela extensão da pesquisa universitária, respectivamente. Desse modo, por meio dos estudantes das universidades públicas, a população, incluindo os próprios estudantes, será atendida de forma gratuita por esse programa. A fim de proporcionar uma ajuda de forma acessível, ele servirá, também, como incentivo à busca por tratamento. À vista disso, os desafios no combate à ansiedade serão diminuídos.