Os desafios no acesso à terapias e tratamentos para saúde mental no Brasil

A constituição federal de 1988, prevê em seu artigo 6°, o direito a saúde como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com êxito na prática, quando se observa a negligência quanto ao acesso à terapias e tratamentos para a saúde mental, que afeta grande parte da população brasileira. As lacunas nessa área comprometem a viabilização de possíveis tratamentos, influenciando a hesitação da procura de um amparo. Diante desse cenário, faz-se imperiosa a análise dos elementos que favorecem esse quadro.

Primordialmente, é crucial pontuar a ineficiência de setores governamentais, um dos maiores desafios a serem vencidos. No cenário brasileiro, as desordens mentais vem se agravando de forma frenética, atingindo várias faixas etárias, instigando muitos a pensarem em suicídio. Segundo o site Simers, houve um aumento de 52,9% no número de óbitos relacionados a transtornos mentais, a cada 45 minutos um brasileiro tira a própria vida. Se não tomadas as devidas precauções, a previsão dos casos em questão, é aumentar gradativamente. Logo, é inadmissível que o descaso em relação aos transtornos mentais continue a perdurar.

Ademais, é fundamental apontar o preconceito recorrente de séculos passados, como impulsionador de tantos desafios a serem enfrentados na área psíquica no Brasil. De acordo com o Hospital Santa Mônica, muitos pacientes hesitam procurar tratamento psiquiátrico por vergonha ou medo de serem taxados de loucos. Diante de tal exposto, a frase do pensador Thomas Hobbes, “O homem é lobo do homem”, confirma a evidência do quanto a sociedade é permeada pelo preconceito e como pode ser causadora de sua própria destruição por falta de conhecimento. Desse modo, faz-se necessário a formulação de um plano para que tais indulgências sejam extinguidas.

Depreende-se, portanto que, tais recorrências venham ser dissipadas do cotidiano brasileiro. Para isso, é necessário que o Governo, junto ao Ministério da Saúde, disponibilizem verbas para a melhoria da área psíquica, por meio de assistência de profissionais especializados nas UPAS, tornar acessível o tratamento à classe mais pobre, através de propagandas conscientizar à empatia e com campanhas envolver a comunidade para melhor compreensão do assunto, afim de erradicar qualquer preconceito e assegurar toda assistência possível aos que necessitam de tratamento. Assim, tornar-se-á viável a construção de uma sociedade solidária que conhece, usufrui, luta por seus direitos e exerce suas obrigações como cidadãos.